Bem. Estou falando, hoje, da indignação quando se tem notícia de atropelamento grave de ciclistas. Pedalar no trânsito parece coisa impossível para alguns. Principalmente para aquele que moram nos grandes centros. Mesmo assim, o número de usuários desse tipo de veículo vem aumentando a cada dia.
As regras estabelecidas para o trânsito são criadas através de dados estatísticos e de estudos científicos que demonstram verdadeiramente o que é seguro e o que não é para o condutor de veículos, pedestres ou para qualquer outro ser que esteja fazendo parte do trânsito.
Esse tipo de acidente acaba tomando proporções gigantescas provocando manifestações e uma grande comoção a nível nacional devido ao boca a boca que, no final, parece que a cada esquina de todas as cidades um ciclista é atropelado e morto por dia.
E quando acontece o inesperado, o contrário de tudo aquilo que estamos acostumados a presenciar por causa de idéia fixa de dirigentes públicos em atingir uma meta que nem sabemos se é real ou se é verdadeiro. É o que aconteceu na cidade de São Paulo recentemente, inteligentemente escrito e publicado por um jornalista que tenho o prazer de reproduzir parte dela.
“Florivaldo Carvalho da Rocha, 78 anos, está morto. Talvez os pragmáticos digam: “Ah, já estava velho mesmo, e a cidade de Fernando Haddad é para os novos”. No domingo, morreu um garoto de nove anos. Talvez os pragmáticos digam: “A cidade de Fernando Haddad não é para os muito novos”. Florivaldo morreu atropelado por uma bicicleta, na tarde desta segunda, quando aguardava para atravessar, na ilha de pedestres da ciclovia da avenida General Olímpio da Silveira, que passa embaixo do elevado Costa e Silva, o chamado Minhocão. Ainda foi socorrido pelo ciclista, Gilmar Raimundo Alencar, de 45 anos, mas não resistiu a politraumatismo craniano.
Os jovens também correm risco nas ciclovias mal planejadas: domingo, 16, na avenida Bento Guelfi, na Zona Leste da capital, o menino Tiago Oliveira Pimentel, de 9 anos, morreu atropelado por uma van na avenida Bento Guelfi, na zona Leste de São Paulo. A pista para ciclistas passa no meio de uma avenida movimentada, com duas mãos de direção.
Nos dois casos, as áreas exclusivas para bicicletas são aberrações urbanas, fruto da obsessão e da monomania de um prefeito que resolveu desafiar a lógica, o bom senso e o direito que têm as pessoas de ir e vir. Quem responde por essas duas mortes? Do ponto de vista das escolhas administrativas e urbanísticas, é o prefeito Fernando Haddad.
Com exceção aqui e ali, muito especialmente das rádios, a reação da imprensa, que é, no mais das vezes, ciclofaxista e ciclofascista, é asquerosa. Fica a um passo de culpar o morto. É o fundamento da esquerda orientando as reações: “Não podemos dar muito destaque para isso porque pode haver um recuo na instalação das pistas, e nós achamos ser esse o bom caminho”.
Imaginem se dois ciclistas tivessem sido mortos em dias consecutivos. Os usuários de bicicleta parariam a Paulista, dariam um nó na cidade. Os ciclofaixistas e ciclofascistas da imprensa — está coalhada deles — vociferariam a sua indignação. Mas sabem como é… Pedestres são apenas a maioria sem pedigree. Eles não são minoritários o bastante para se organizar.” (Reinaldo Azevedo)
Segundo o Código Brasileiro de Trânsito, a bicicleta é um veículo assim como a carroça, e por isso, deve obedecer às regras de trânsito como outro veículo qualquer. E, em qualquer situação, o pedestre tem prioridade sobre qualquer tipo de veículo, motorizado ou não.
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