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Jornal A Gazeta do Acre

TECNOLOGIA PARA TAVESSIA DE CEGOS

Hoje dia 08/03/2014, é o Dia de São Patrício e o Dia Internacional da Mulher.

Esta matéria já foi publicada neste jornal, mas por não ter alterações significativas em termos de tecnologia empregada para tal fim, portanto, estou repetindo com intuito de chamar atenção de todos para com aqueles que são portadores desta deficiência para ajuda-los sempre que possível e necessário.

 

Alguma cidade com densidade populacional elevada como Campinas no interior do Estado de São Paulo vem inovando com a instalação de semáforos com avisos sonoros e botoeira em Braile especialmente projetada para a travessia de cegos.

 

De acordo com o Censo Demográfico de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,5 da população brasileira apresentava algum tipo de deficiência. Desse total, 82% eram cegos. Em números absolutos, existiam no país 148 mil pessoas cegas e 2,4 milhões com grande dificuldade de enxergar. Do total de cegos, 77.900 eram mulheres; e 70.100, homens.

Sendo assim, não é somente a instalação do semáforo é que resolve o problema. Toda a sinalização horizontal (pintura de solo) e vertical (placas) do entorno devem ser reforçadas inclusive com a colocação do piso tátil e rampa acessível.

Com isso, as cidades que estão promovendo esses tipos de melhorias são as cidades que chamamos de acessíveis e inclusivas exatamente por facilitar a vida dos milhares de deficientes físicos que circulam pelas localidades mais movimentadas sem precisar do auxílio de terceiros.

Funcionamento do semáforo sonoro com botoeira:

A botoeira de acionamento tem inscrições em Braile, que indicam que o usuário deve acionar o dispositivo por três segundos.

Após o acionamento, quando a indicação luminosa fica no “vermelho” (Pare) para os motoristas e no “verde” (Siga) para os pedestres, a botoeira emite uma frequência sonora. A intensidade do som vai se alterando, conforme o tempo de travessia está se esgotando, até tornar-se intermitente e acabar.

No braço semafórico voltado para os motoristas são implantadas duas placas de advertência com a indicação “Atenção Travessia de Cegos”.

O investimento com as botoeiras e todas as melhorias no local fica em torno de R$ 8 mil reais. Não é um gasto elevado considerando orçamento do município e principalmente o benefício que isso proporcionará para a população como um todo.

Com a chegada dos grandes eventos como a Copa das Confederações e Copa do Mundo, acredito que muitas cidades que vão sediar alguma dessas atividades deverão estar “correndo atrás” para a implantação de várias medidas e ações para facilitar a vida dos turistas e para tornar a sua cidade mais acessível e inclusiva.

A segurança para esses casos é fundamental e tomando certas medidas com cunho preventivo, certamente será muito melhor para o município e para os turistas, tanto para os que estão a pé ou motorizados.

Metrópoles como, por exemplo, a cidade de São Paulo, requer estudos e mais estudos para implantação de equipamentos como o descrito aqui. Não somente pela densidade demográfica, mas principalmente pela complexidade de funcionamento da cidade e sua infraestrutura.

Na maioria dos casos, os cegos são sempre auxiliados por terceiros na travessia das grandes avenidas e ruas com grande movimento. Isso porque pela quantidade de cegos proporcionalmente não justificaria a instalação de tal equipamento em determinados locais.

No bairro do Ipiranga na cidade de São Paulo, tem esse equipamento em funcionamento exatamente porque ali fica o Instituto para deficientes visuais “Instituto Padre Chico” e a movimentação dos cegos é muito intensa.

Como auxiliar um cego? Procure saber mais no órgão competente da sua cidade e saiba
como ajudá-lo em determinadas situações. Isso é cidadania. Pense nisso. Consulte e esteja pronto para, se for o caso, dar a sua contribuição para que essas pessoas possam resolver pequenos problemas que enfrentam no seu cotidiano.

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