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Jornal A Gazeta do Acre

RESPEITO AOS PEDESTRES

 

Um tema bastante polêmico já que em nosso país existe uma cultura de desrespeito às normas e leis estabelecidas herdadas, a meu ver, dos governantes que passaram ao longo da história da república que criaram leis somente para dar a impressão de que estariam organizando ou estabelecendo a ordem sendo que as mesmas nunca foram cumpridas e muito menos punidas.

No que tange ao trânsito não é diferente. Em nosso sistema existe o Código de Trânsito que é bem feito até certo ponto. Merece uma grande revisão por causa dos avanços tecnológicos que estão cada vez mais presentes nas vias públicas e o Código, na maioria dos casos, não acompanhou tal avanço, onde se faz necessária a profusão de Resolução que anula as anterior e que passa a valer a atual e assim por diante, confundindo o entendimento e causando dúbia interpretação de muitos e até dos próprios órgãos reguladores.

 

O grande gargalo disso tudo está na criação de leis que já no ato da votação das mesmas estão pautadas em corrupção e na utilização dessas para criar dificuldades e vender facilidades.

 

Nunca tivemos em execução um plano de educação de nossas crianças nas escolas publicas e particulares para que no futuro se tornem cidadãos responsáveis e respeitadores das leis, e não tão somente as de trânsito, as poucas que existiam foram banidas.

No código nacional de trânsito a faixa de pedestre tem por objetivo facilitar a travessia da via pública pelo cidadão nos locais onde não há semáforo, ou seja, em cruzamentos ou mesmo em travessias localizadas fora de cruzamentos, por Lei o pedestre tem preferência de passagem sobre o condutor de veículos, seja ele qual for.

Existe um total desrespeito por parte do motorista e também por parte do pedestre no que diz respeito a faixa de pedestre já que o motorista também é pedestre quando não está na condição de condutor e o pedestre nem sempre é motorista.

Aqui entra o componente de análise comportamental que foi abordado em alguma coluna minha anterior. Existe um disparate, que até cômico é, mas verdadeiramente trágico, do motorista que quando está na condição de pedestre não acha nenhuma graça quando se vê desrespeitado por condutor de um veículo qualquer, mas quando ao volante não dá a mínima ao direito do outro que está pedestre.

É necessário analisar isto do ponto de vista biológico. Somos um animal dotado de inteligência e capacidade de raciocínio próprio, logo criamos leis e normas de convivência em sociedade, mas somos ao mesmo tempo avessos a condicionamentos de qualquer natureza, já que cada um de nós, se considera um ser pensante livre e autônomo. A sociedade moderna foi obrigada, através de seus dirigentes e membros, a criar inúmeras regras de convivência com as quais jamais convivemos na quase totalidade do tempo em que vivemos. Logo, regras sociais são coisas novas em nosso consciente, pois se trata de condicionamento. Podemos citar como exemplo, a Lei Antifumo que está em vigor ha algum tempo e ainda resiste, em algumas localidades, ser aplicada na sua totalidade e a mais recente, a Lei Seca.

Temos ainda, outro “probleminha” a ser resolvido na sociedade brasileira que é o famoso jeitinho brasileiro. Aqueles que gozam de maior poder aquisitivo ou de maior “poder” na acepção exata da palavra, não se importam em respeitar as normas, pois sempre conseguem se safar, e os de menor poder aquisitivo e “poder” nenhum, já andam com veículo totalmente irregular e, portanto, completamente fora da Lei, não estão nem aí para coisa nenhuma, desrespeitam toda e qualquer regra, mais uma multa não fará nenhuma diferença para esse cidadão, se é que podemos chamá-lo assim.

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