O aumento na utilização dos automóveis, se facilita a vida de um lado, acarreta problemas por outro, aumentando o consumo de combustíveis gerando mais poluentes intensificando os efeitos nocivos para a atmosfera.
Em razão disso, foi criado o Dia Mundial sem Carro em 22 de setembro de 1977 na França. A partir de então, gradativamente vários outros lugares passaram a celebrá-la, principalmente em razão da atuação de grupos ambientalistas e também de ativistas que lutam também por uma melhor mobilidade urbana. Nos anos 2000, várias nações europeias já haviam difundido essa prática, inclusive com a Jornada Internacional “Na Cidade, sem meu Carro”, criada pela União Europeia.
O objetivo principal do Dia Mundial Sem Carro é estimular uma reflexão sobre o uso excessivo do automóvel, além de propor às pessoas que dirigem todos os dias que revejam a dependência que criaram em relação ao carro ou moto. A ideia é que essas pessoas experimentem, pelo menos nesse dia, formas alternativas de mobilidade, descobrindo que é possível se locomover pela cidade sem usar o automóvel e que há diferentes formas de ir e vir além do para-brisa.
Na cidade de São Paulo são realizadas atividades desde 2003. Com pedalada-manifesto em 2004, no ano de 2005 houve até visita à Câmara de Vereadores. Até 2006, essas atividades eram realizadas principalmente por iniciativa de cicloativistas e participantes da bicicletada, com apoio da Secretaria Municipal do Verde e Meio Ambiente. As iniciativas dos ciclistas paulistanos continuaram ocorrendo em 2007 e 2008, mas desde 2007 passamos a contar com o Movimento Nossa São Paulo para engrossar o coro, realizando novas atividades e eventos e trazendo mais visibilidade para a data.
Várias outras cidades brasileiras, a partir de 2010 passaram a “comemorar” a data, no mínimo timidamente, com uma bicicletada, no dia 22. Já em 2011, algumas cidades programaram eventos para o mês inteiro, que começou a ser chamado informalmente de Mês da Mobilidade. A partir de então, a adesão do povo e de setores do poder público só aumentou, bem como o esclarecimento correto sobre o DMSC (Dia Mundial Sem Carro).
Ao longo do último século, nossas cidades foram adaptadas para atender prioritariamente ao carro, não às pessoas que nelas vivem. Investiu-se muito mais no uso individual do automóvel do que em soluções de transporte coletivo. À medida que as cidades e o país cresciam, deu-se ênfase em possibilitar a venda massificada de automóveis (com incentivos contínuos às montadoras e com facilidades inimagináveis ao crédito) e à criação de infraestrutura para que esses carros rodassem (em prol das empreiteiras e afins).
Nessa linha de pensamento, cada cidadão deveria resolver por conta própria o “seu” problema de mobilidade. Nesse momento o carro incorporou a imagem de liberdade de ir e vir e de poder quando, na realidade, não era sinônimo de liberdade muito menos de poder, mas a alternativa que lhe restou. As ferrovias foram desmanteladas ao longo do século e as hidrovias não saíram do papel. As rodovias se espalharam por todo país, até no coração da floresta amazônica, levando o desmatamento a poluição e a degradação. Os investimentos em transporte coletivo sobre rodas ou trilhos foram sempre muito menores que os investimentos diretos ou indiretos no modal de mobilidade individual e particular. (Pesquisa Google)
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