Qualquer que seja a alternativa escolhida, deparamos com uma dificuldade que se alastra a cada dia. A mobilidade. Grande parte disso por causa do boom da venda de veículos automotores devido à facilidade de financiamento e o aumento do poder aquisitivo. O que é muito positivo e válido, afinal todos têm o direito de adquirir bens conforme a sua necessidade e condições, facilitar a sua locomoção e ter conforto e segurança para ir e vir ao trabalho ou passeio.
O grande problema é que o poder público não consegue acompanhar esse crescimento desenfreado na organização da infraestrutura viária e de transporte coletivo, isto é, o investimento para a tal infraestrutura não é proporcional ao crescimento da aglomeração populacional.
Como já citei em artigo anterior, a aglomeração voltou com intensidade muito grande por causa das dificuldades encontradas nos recantos mais remotos.
O sistema viário está completamente saturado e sem modernizações tecnológicas e de engenharia o que torna o trânsito cada dia mais caótico e sem civilidade. E falando em civilidade, já que lançaram a campanha “Trânsito Mais Gentil”, deveriam investir pesado nela para que se faça valer de verdade. Até agora, está tudo muito tímido e restrito a algumas regiões. Dificilmente se ouve falar em gentileza no trânsito e na prática se vê menos ainda. Só citando uma curiosidade;
Aqui em Brasília percebi uma prática há muito abandonada em, por exemplo, São Paulo. Quando sinalizo que vou mudar de faixa, o condutor que está ao meu lado, ao invés de desacelerar para deixar que eu mude, ele acelera impedindo que eu entre na frente dele.
Ora! É uma situação que não presenciava há pelo menos vinte (20) anos. Instala-se faixa para pedestre como um exemplo para todo o país, mas na condução do veículo em si, zero de civilidade e gentileza.
Aí volta a velha máxima de toda e qualquer situação que requer um pouco de educação. Campanhas educativas agressivas o ano todo para não deixar morrer aquilo que, com muito custo, se conseguiu implantar e não ficar restrito somente aos itens que obtiveram sucesso. Precisamos inovar , sair na frente, conscientizar aqueles que não percebem ou não querem perceber que o Sistema está em mudança constante e que por trás de tudo isso vem muito mais novidades e inovações.
O transporte coletivo está sucateado e abandonado em grande parte do país. Numa cidade como Brasília, planejada, com muito espaço, pasmem, construíram faixa segregada para ônibus na EPTG (Estrada Parque Taguatinga-Guará) e EPNB (Estrada Parque Núcleo Bandeirantes) e outras vias de grande movimento com apena uma (01) faixa.
Onde foi parar o planejamento?
Com tanto espaço, já deveriam ter construída a dita faixa com duas pistas possibilitando a ultrapassagem dos coletivos, a exemplo da cidade de Bogotá (Colômbia) diminuindo ainda mais o tempo de viagem, já que não formaria comboios nos pontos mais críticos, pois possibilitariam a ultrapassagem daqueles que só teriam a necessidade de parar no próximo.
Ainda no DF, estamos assistindo a uma peculiaridade para o local. A BR 040 (conhecida localmente como ÉPIA), atravessa o Distrito Federal de norte a sul e passa por diversas cidades dos estados que fazem divisa e algumas que nasceram em função da cidade de Brasília por causa do custo da moradia ser mais em conta. Isso fez com que o transporte coletivo de Brasília e das cidades do entorno, começassem a circular pela BR 040. Para amenizar os riscos e minimizar o tempo gasto para as viagens, o governo local está construindo corredor de ônibus no canteiro central da citada BR. Esperar para ver o resultado.
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