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Jornal A Gazeta do Acre

GESTÃO DO TRANSPORTE COLETIVO

Hoje, 27/07/2013 é o Dia do Motociclista, Dia do Despachante e Dia do Pediatra.

A proliferação do transporte coletivo informal dentro dos médios e grandes centros tornou-se um problema de nível nacional. Independente da localização, condição socioeconômicas ou tamanho das cidades, o poder público só está agindo quando acontece alguma tragédia ou quando a população se revolta contra as más condições e falta de segurança oferecidas por essa atividade clandestina.

Na capital paulista, essa modalidade de transporte tornou-se insustentável tamanha quantidade de vans, kombi e ônibus que trabalhavam na informalidade. Isso gerou conflitos entre o poder público e as empresas que operavam o sistema legalmente. Diante da dificuldade em acabar com a clandestinidade que só aumentava, a prefeitura, à época administrada pela Marta Suplicy, conseguiu uma alternativa bastante inteligente e inovadora, embora tivesse causado certo desconforto com os operadores legais.

Os informais, na sua grande maioria, são formados por proprietários individuais oriundos do próprio sistema. Motoristas e cobradores demitidos ou aposentados e alguns desempregados que vislumbraram oportunidade nesse nicho.

A prefeitura convocou os informais e propôs a criação de cooperativas com algumas regras como a substituição das vans e kombi por micro ônibus e ônibus normais. Micro para trajetos curtos e os normais para trajetos mais longos. A motocicleta como moto táxi não foi aprovada pela prefeitura de São Paulo.

Aqui entra a Gestão propriamente dita. Ao formar cooperativas e passar a atuar legalmente, ela está dentro do sistema. Fazendo parte do sistema, automaticamente ela deverá participar da integração existente entre os vários operadores incluindo os sobre trilhos.

“A integração dos diversos sistemas de transporte público coletivo em uma cidade, incluindo o transporte alternativo, em muitos casos se tem dado mais pela boa vontade política dos diferentes atores que planejam, gerenciam e operam estes sistemas, que do próprio mérito do plano de ação a ser implementado. No entanto, vale a pena ressaltar que algumas experiências de integração têm sido positivas e outras têm fracassado por razões ainda questionáveis. Esse caso também tem acontecido com as cooperativas de transporte alternativo, pois umas estão em um processo de consolidação, outras estão em crise por falta de definição do poder concedente e outras simplesmente não conseguiram sobreviver nos processos de reestruturação e integração dos sistemas de transporte público coletivo que estão acontecendo
em certas cidades brasileiras, como foi o caso da cidade de Goiânia.”(CBTU)

Muito desses fracassos deve-se a problemas de cultura de gestão. O não acompanhamento do desenvolvimento administrativo e tecnológico, isto é, não ter efetivo conhecimento e entendimento do modelo de gestão que estavam aplicando.

O Brasil necessita de reformulação nos projetos de implantação e melhoria, pois é carente na eficácia do transporte coletivo. Os países que sediaram a Copa do Mundo foram obrigados a reformular e realizar mudanças radicais nos seus meios de transporte e tiveram que adotar tecnologias que suportassem os objetivos da mobilidade urbana, dado a quantidade de turistas que iriam receber.

Pela capacidade limitada e cada vez mais deficitária das redes de transporte coletivo, é necessário políticas de gerenciamento e estratégias de planejamento alternativo, além de procurar aumentar a velocidade e passageiros por metro quadrado por meio de modificações físicas na infraestrutura e utilização de tecnologias avançadas de comunicação e software que suporte toda essa demanda.

Com a Copa do Mundo em 2014, o Brasil terá a oportunidade de estabelecer e consolidar novos processos para o planejamento na aplicação dos recursos e mudar o atual modelo de gestão usando tecnologias de ponta tornando as cidades mais eficientes e mais interessantes do ponto de vista da acessibilidade e mobilidade urbana. Só vai depender da vontade política em colocar tudo isso em prática e preparar os gestores públicos para esse importante evento que poderá ser um marco na mudança em quase todos os setores do país.

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