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Jornal A Gazeta do Acre

FALTA DE ENTROSAMENTO

Dia 20/02/2016 é o Dia: de São Eleutério, da Entrada do Sol no Signo de Peixes, do Bispo, de São Leão de Catânia, de São Nilo, de São Zenóbio, Mundial da Justiça Social, lembrando que dia 21/02/2016 é o fim do horário de verão.

Nos centros em desenvolvimento surgiram novos desafios para os técnicos em trânsito, meio ambiente e de outras áreas relacionadas à mobilidade e ao direito do cidadão de ir e vir. São os pólos geradores de tráfego (nomenclatura do nosso Código de Trânsito). São os grandes empreendimentos imobiliários, shopping centers, universidades, centros de convenções, restaurantes e muitos outros que se deslocaram para fora do tradicional centro comercial especialmente para desafogar o local já saturado.

O DENATRAN divulgou o MANUAL DE PROCEDIMENTOS PARA O TRATAMENTO DE PÓLOS GERADORES DE TRÁFEGO. Apenas alguns itens mais significativos desse manual são seguidos na hora do empreendimento.

Os transtornos causados por um desses mal elaborado podem ser enormes não só no local, mas em toda a cidade provocando grandes congestionamentos com consequente aumento do consumo de combustível, poluição, danos ao meio ambiente, prejudicando a mobilidade do cidadão, diminuindo a segurança, etc.

Porque essa confusão aconteceria justamente nesse local que sempre foi um oásis para se viver? Normalmente o poder público concede a autorização para a instalação mediante pagamento de impostos e outras taxas necessárias seguindo apenas um procedimento burocrático.

O problema se inicia exatamente aí.

O exemplo a não ser seguido é o que aconteceu na construção de um shopping em São Paulo. Ele seria inaugurado em 60 dias, mas a elaboração de seu projeto não foi executado em parceria com o Departamento de Transporte Público que é quem controla os Táxis, nem com o Sindicato dos Taxistas, nem com a São Paulo Transportes – SP-TRANS (gestora do transporte público coletivo do município) e ouviram o que foi mais conveniente da comunidade local. Entendeu-se somente com a Secretaria de Obras Públicas, pois sem o aval dela não teria autorização para construir (posso ter esquecido de mencionar algum órgão).

O shopping foi inaugurado sem baias para taxis, sem faixas de segurança para pedestres em locais adequados ou passarelas, se fosse o caso, sem recuos para parada de ônibus com os devidos abrigos e sem quaisquer medidas preventivas foi construído um estacionamento para três mil veículos. Estava instalado o caos. Sem sinalização viária adequada ou especialmente instalada para melhor orientação, sem parada para taxis que necessariamente estacionavam em qualquer local, para piorar a situação os ônibus continuavam parando em seus pontos pré-determinados antes da abertura do shopping (onde a logística era completamente diferente) e sem contar com os pedestres que começaram a circular em grande número pela localidade correndo sérios riscos de sofrer algum acidente. Isso aconteceu e foi noticia por muito tempo.

Passada a inauguração e a confusão armada começaram a pensar em linhas especiais para ônibus, paradas de taxis (quebrando inclusive parte do que havia sido recém construído para que fosse viabilizada a acomodação dos mesmos), passarelas, faixas para pedestres, reorganização da geometria e muitas outras providências que deveriam ter sido inicialmente tomadas na elaboração do projeto visto que era sabida de antemão que um shoping center é sinônimo de polo gerador de tráfego e por conseguinte aumento de circulação de veículos, pedestres e assim sucessivamente com suas devidas particularidades e necessidades a serem providenciadas pelo Poder Público. Enfim, todo esse rearranjo consumiu mais de 30 dias o que provocou um tumulto generalizado em todos os arredores do novo shoping.

Nos dias de hoje, considero esse tipo de problema reflexo do descaso do Poder Público. A falta de entrosamento entre órgãos municipais, estaduais e federais é total. Impossível me conter em dizer aqui, que quem dificulta esse entrosamento são, infelizmente, os DINOSSAUROS da nossa Administração Pública e a vaidade exacerbada de alguns membros dessa administração.

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