O trânsito no Brasil é considerado bastante problemático, principalmente pelo elevado número de acidentes e, consequentemente, de vítimas. Um polêmico e impactante estudo realizado pelo Instituto de Pesquisas em Transportes da Universidade de Michigan, realizado em 193 países com base em dados da OMS (Organização Mundial de Saúde), aponta que, no Brasil, morrem mais pessoas no trânsito do que por outras causas consideradas graves, como câncer, doenças cardiovasculares e até homicídios. Em média, o país apresenta 22 mortes por acidente de trânsito a cada mil pessoas.
Além da criação do novo CTB em 1997, o pode público vem adotando outras medidas para tentar diminuir esses números, o que inclui a alteração das próprias leis do CTB e a realização de campanhas de conscientização (tímidas, porém). Recentemente, foi estabelecida a chamada “Lei Seca”, que apresenta tolerância zero para condutores que dirigem sobre o efeito do álcool em qualquer quantidade, além da proibição da venda de bebidas alcoólicas em rodovias federais. Mesmo assim, com a imprudência dos motoristas e a ausência de fiscalização nas vias, o número de acidentes causados por motoristas alcoolizados ainda é muito elevado no país.
Outro problema relacionado refere-se à mobilidade urbana. O processo de urbanização do país foi tardio, acelerado e pouco planejado, ocorrendo ao longo de algumas poucas décadas no século XX. Além disso, a urbanização brasileira ocorreu acompanhada de uma metropolização, ou seja, a concentração da maior parte dos habitantes em metrópoles, fazendo com que elas ficassem demasiadamente “inchadas”, o que eleva os problemas no trânsito. Associa-se a isso o aumento do poder de consumo (maquiado pelo poder federal) nas últimas décadas, que não foi acompanhado por uma política de mobilidade nas cidades, elevando o número de veículos e sobrecarregando as vias de circulação.
Há leis também que colocam a necessidade de realizar uma educação sobre o trânsito na educação básica. Mesmo assim, esses esforços parecem não apresentar os efeitos desejados, haja vista que a imprudência dos motoristas ainda é muito grande.
Ao longo dos últimos anos, o aumento do número total de acidentes colocou o Brasil em quarto lugar no ranking de maior número de mortes em acidentes de trânsito por ano, atrás somente de China, Índia e Nigéria. Em 2010, esse número foi de 42.844 óbitos, perfazendo um total de 22 mortes para cada 100 mil habitantes. Já em 2014, o número pulou para 48.349, segundo estimativas elaboradas pelo Instituto Avante Brasil.
Importante lembrar que sempre que falamos de trânsito, pensamos em carros, mas os pedestres também têm seus direitos e suas responsabilidades na busca por um trânsito melhor. Assim como os motoristas, os pedestres também devem respeitar as leis, como por exemplo: ao atravessar a rua, é dever do pedestre olhar para os lados antes de atravessar, e respeitar a sinalização, pois uma pequena distração, por menor que pareça, pode causar graves acidentes.
São poucas as localidades onde os atores que compõe o trânsito conhecem as leis ou não têm o costume de respeitá-las, como por exemplo, a faixa para pedestres e as rotatórias. Isso aliado à falta de educação para o trânsito que deveria ser implementada maciçamente pelos DETRAN’s de todo o pais, os problemas tendem a agravar elevando o custo operacional da saúde pública voltada para os acidentes que já atingiu a casa dos bilhões.
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