Graças ao trabalho da Organização Mundial de Saúde e do Banco Mundial, que reuniram e coordenaram mais de cem especialistas de diferentes setores e países, foi produzido um excelente relatório que deve servir como referência para a formulação de políticas, programas, planos e projetos visando a melhorar a segurança rodoviária em nosso País. É bom lembrar o que é dito já no início do resumo desse relatório: “a segurança rodoviária não é acidental; ela requer uma vontade política firme e atividades pactuadas e desenvolvidas por diversos setores”
A Associação Brasileira de Pedestres – ABRASPE apesar das limitações naturais de uma organização não-governamental de poucos recursos, tem alertado as autoridades sobre certas prioridades que deveriam ser adotadas. Infelizmente, os resultados práticos disso não podem ser aferidos; e os que poderiam, como, por exemplo, a insistência exercida para que o Departamento Nacional de Trânsito –DENATRAN atualize seu Manual de Segurança do Pedestre, editado e publicado em 1979, resultaram até agora quase em nada. Tampouco a melhoria do sistema de dados e informações sobre acidentes de trânsito, fundamental para a formulação de políticas e de aferição de resultados de sua execução, alcançou um nível adequado de confiança. Hoje, o número de mortes em acidentes de trânsito no Brasil varia exageradamente segundo dados apresentados pelas seguintes fontes: em 2.005, por exemplo, o DENATRAN registra 25.427; o Ministério da Saúde, 34.381 e, por meio de avaliação dos dados registrados pelo DPVAT, pode-se chegar, aproximadamente, a 43.000 pessoas por ano.
Recentemente o Governo Federal criou o Comitê Nacional de Mobilização pela Saúde, Segurança e Paz no Trânsito, por meio do Decreto de 19 de setembro de 2007. Ele deverá “diagnosticar a situação do trânsito e definir estratégias inter-setoriais para a melhoria da segurança, promoção da saúde e da cultura de paz no trânsito”. Contrariando, porém, recomendação do Movimento Nacional de Democratização do Trânsito – MNDT, que reúne mais de uma dezena de instituições civis que se dedicam a melhorar a sua segurança, a coordenação da nova entidade não foi entregue ao Ministério da Saúde, porém ao Ministério das Cidades, que recentemente adotou medidas altamente questionáveis em relação ao controle de velocidade em nosso País, cujos excessos matam e incapacitam pessoas em caso de acidentes. (Ref: Notícias da ABRASPE – Associação Brasileira de Pedestres)
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