Levando em consideração o crescente aumento da frota de veículos automotores de passeio e de pequenas cargas que circulam no meio urbano, se faz urgente estudos antecipados das alternativas de transporte público coletivo para não incorrer nos “gargalos” que assolam os grandes centros do país que é exatamente a circulação e mobilidade dos ônibus que prestam esse tipo de serviço.
“É cada vez mais necessária a modernização dos sistemas de transporte coletivo, mas também é urgente resolver a questão da pavimentação de corredores exclusivos de ônibus nas grandes cidades. Isso não só para atender a demanda da Copa de 2014, mas principalmente para permitir a mobilidade dos brasileiros por muitos anos.
A questão é tão importante que fez parte das discussões da feira Concrete Show 2010. Na manhã de 26 de agosto, Ronaldo Vizzoni, gerente de Infra-estrutura da Associação Brasileira de Cimento Portland (ABCP), falou sobre a importância do pavimento de concreto na malha urbana de transportes no seminário Infra-estrutura urbana de transportes em concreto. O engenheiro afirmou que “a circulação dos ônibus em grandes avenidas e ruas nos dois sentidos ocasiona excesso de carga pesada, localizada e repetitiva nos corredores exclusivos, tanto pelo peso dos veículos quanto pelo volume de viagens realizadas”. Além disso, disse ele, as altas temperaturas, curvas acentuadas, subidas e descidas íngremes são fatores que contribuem para o desgaste dos pavimentos urbanos.
Vizzoni explicou que o pavimento de concreto é uma alternativa adequada para o problema dos corredores de ônibus. “O pavimento de concreto tem custo competitivo e tem alta durabilidade – pode durar mais de cinqüenta anos –, sendo necessário o mínimo de manutenção. Proporciona melhores condições de segurança ao motorista, reduzindo as distâncias de frenagem, não promove aquaplanagem, reduz a temperatura do ambiente em que está aplicado e gera economia de energia devido à sua cor clara”, informou.
O Brasil foi um dos primeiros países a utilizar o pavimento de concreto já no início do século XX. Seu uso foi intensificado até a década de 1970, diminuindo a partir daí por problemas de conjuntura econômica e financeira. Nos anos 90, o produto voltou a ser utilizado por garantir durabilidade e economia às gestões públicas.
Segundo Vizzoni, “o que mudou nos últimos anos é a forma de execução da pavimentação, que adotou modernas técnicas que garantem excelência em conforto de rolamento, como se vê em outros países”, acrescentou.
O sistema construtivo está nos principais corredores de ônibus de Curitiba, São Paulo, Porto Alegre e Belo Horizonte. Também faz parte da história das avenidas e da orla da praia de Boa Viagem, no Recife; está na Linha Verde, de Curitiba; na EPTV, de Brasília, e em grandes obras como a BR101-NE e o Rodoanel Mario Covas, de São Paulo.” (ref. Associação Brasileira de Cimentos Portland-ABCP).
Em Brasília, ao longo da EPT (Estrada Parque Taguatinga) já está construído o corredor central para transporte coletivo, mas ainda não está sendo utilizado porque a frota não foi renovada com a nova configuração que seria porta de entrada e saída nos dois lados do veículo já que em algum momento ele vai sair da via segregada e circular pelas ruas e terminais da cidade. Os corredores, a exemplo bem sucedido de outros estados e países, é uma alternativa excelente para o usuário (diminuição do tempo de viagem) e para a fluidez do trânsito de um modo geral.
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