Esse crescimento repentino faz com que a cidade tenha uma demanda imobiliária também repentina que requer atenção do poder público com relação ao ordenamento do solo a ser ocupado e também com o saneamento básico. Na maioria das vezes, isso não acontece na mesma velocidade em que a migração acontece ou por falta de fiscalização ou por falta de agentes ou por pura falta de planejamento.
O poder público lança um pacote de incentivos a fim de atrair grandes investidores e assim, teoricamente, suprir a demanda ociosa da população que necessita de emprego e renda para a sobrevivência e consequentemente o desenvolvimento do município em questão.
Antes mesmo de lançar o pacote de incentivos fiscais, deveria existir o planejamento da infraestrutura necessária que a cidade passará a necessitar com a migração de novos trabalhadores que serão atraídos pelas novas oportunidades oferecidas.
Junto com o crescimento desordenado chega o mercado imobiliário inflacionado e também os oportunistas que acabam tendo grandes ganhos em detrimento do desespero dos novos ocupantes por moradia sem se importar muito com a infraestrutura oferecida no local. Essa ocupação acontece em vários níveis sociais ocasionando, muitas vezes, desconforto e conflitos que poderiam ser evitados se houvesse um planejamento antecipado do espaço com toda infraestrutura já montada.
Esses conflitos aliado ao mercado imobiliário inflacionado, faz com que muitos trabalhadores procurem uma opção mais barata procurando uma cidade mais próxima para residir onde encontrará um aluguel mais em conta e com o custo de vida bem mais baixo do que na cidade que está em franco crescimento. A cidade mais próxima, muitas vezes fica a mais de 30/40 kilômetros de distância mas assim mesmo é compensador tendo em vista o baixo custo de vida (alimentação, aluguel) e que para muitos, a facilidade de comprar uma casa ou um lote para construir se torna viável.
É o que aconteceu no entorno do Distrito Federal – Brasília.
Por causa do crescimento do entorno criou-se a Região Integrada de Desenvolvimento do Distrito Federal e Entorno (RIDE) que é uma região integrada de desenvolvimento econômico, criada pela Lei Complementar nº 94, de 19 de fevereiro de 1998 e regulamentada pelo Decreto nº 2.710, de 4 de agosto de 1998, alterado pelos Decreto nº 3.445, de 4 de maio de 2000 e Decreto nº 4.700, de 20 de maio de 2003.
O Decreto nº 7.469, de 5 de maio de 2011 revogou os anteriores e deu novas interpretações legais à RIDE do Distrito Federal e Entorno.
Ocupa uma região de 55.434,99 quilômetros quadrados, sendo pouco menor que a Croácia e sua população é de aproximadamente 4 milhões de habitantes (tem o tamanho aproximado do estado da PB). No centro do território está a área mais densa, composta pelo Distrito Federal, detentor de 69% da população com os seus municípios limítrofes. Há uma grande área conturbada na direção sul BR-040, incluindo-se nessa região os municípios de Valparaíso de Goiás, Cidade Ocidental Novo Gama e Luziânia que representam 12,3% da população da RIDE do Distrito Federal e Entorno. Outros municípios que podem-se também considerar como área densamente povoada são: Águas Lindas de Goiás (margens da BR 070) Formosa (margens da BR-020), Planaltina (BR-010), Santo Antônio do Descoberto (BR-060). Esses municípios somam uma população de aproximadamente 3,7 milhões de pessoas.
Está em estudo o DF em conjunto com o governo de GO e o Ministério dos transportes para estender o transporte coletivo por BRT até Luziânia que deve acontecer até o final de 2017 que será um grande alívio para o péssimo transporte coletivo que atende região.
www.naganuma.com.br mn@naganuma.com.br Twitter – @mtnaganuma