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Jornal A Gazeta do Acre

CAMPANHA PARA EDUCAÇÃO NO TRÂNSITO

16/01/2016 é o Dia: do Cortador de Cana de Açúcar.

O investimento para a educação para o trânsito é inversamente proporcional ao investimento para o crescimento da frota de veículos automotores em todo o país, bem como o é para melhorar a infraestrutura para suportar a demanda desse crescimento, haja vista o número das montadoras estrangeiras que estão se estabelecendo em território nacional bem como aquelas que já demonstraram o interesse em se instalar por causa dos incentivos fiscais oferecidos pelos governos federal, estadual e municipal.

Pela ótica econômica, isso é ótimo e fundamental para a economia do país tanto pela geração de empregos quanto pela de divisas que essa atividade proporciona.

Pela ótica dos especialistas em trânsito e transporte público coletivo, se o poder público não reagir e começar a investir maciçamente em educação, infraestrutura e cidadania, o caos vai se instalar generalizadamente, como está se instalando nas grandes capitais do Brasil.

Apesar da arrecadação de multas de trânsito aumentar exponencialmente a cada ano, o investimento para a educação dos motoristas e pedestres não acompanha tal crescimento. Muito pelo contrário. Está encolhendo em aproximadamente 70%. Citando o Distrito Federal como exemplo, significa que de R$ 8,5 milhões aplicados na educação em 2008, o investimento caiu para R$ 2,5 milhões em 2012 enquanto que o montante arrecadado com as multas aplicadas aos condutores no mesmo período cresceu cerca de 30%.

Ainda citando o DF como referência para essa coluna, em 2012 o DETRAN – DF recolheu uma média de R$ 301,7 mil em multas por dia, Isso significa que a cada minuto os condutores que estavam trafegando pelas vias do DF, desembolsaram R$ 209,57 para pagar as infrações.

Apenas os radares registraram 1.114.373 veículos em excesso de velocidade nas ruas de Brasília (dados do jornal Correio Brasiliense). Numa conta rápida, é como se oito de cada dez veículos da frota existente na cidade tivessem sido pegos em flagrante delito pelos radares fixos, estáticos e barreiras eletrônicas por dia.

O artigo 320 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB) determina a destinação da verba arrecadada em virtude da imprudência dos motoristas exclusivamente à sinalização, engenharia de tráfego, policiamento, fiscalização e educação para o trânsito.

No DF em 2011 chegaram aos cofres públicos R$ 106.342.922 provenientes das imprudências dos condutores. Desse montante somente 1%, isso mesmo, 1% ou seja, R$1.204.683 foram destinados com a finalidade de educar motoristas e pedestres. 2010 chama ainda mais atenção para o assunto. Dos R$ 99 milhões arrecadados por infrações cometidas, a planilha de execução orçamentária aponta gastos ainda menores que a de 2011. Foram aplicados R$ 244.497,00 com educação sendo que o restante foram gastos com informática, conserto de veículos, reforma de prédios e pagamento de pessoal.

Atenção ZERO para a Educação Para o Trânsito. Isso reflete diretamente no aumento dos atropelamentos nas tão conhecidas faixas para pedestres de Brasília, motoristas que não sinalizam por nada e para nada correndo o risco iminente de acidentes de pequena ou grande monta dependendo da região em que está trafegando.

Brasília – DF deveria dispensar grande atenção e investimento para a educação continuada e agressiva tanto para condutores como para pedestres exatamente pela sua localização geográfica e crescimento desordenado das cidades satélites que acabou sendo “cortada” pelas principais rodovias que fazem a ligação norte sul e sudeste, principalmente.

Apenas citei Brasília – DF como exemplo por estar em contato direto com determinadas situações, mas esse problema é generalizado em todo território nacional. Os órgão responsáveis pelo gerenciamento do trânsito deveria voltar o foco para a educação para o trânsito dos motoristas e pedestres de modo continuado e agressivo, já que estamos carentes desse tipo de orientação há bastante tempo.

Só mudando o comportamento e atitude dos condutores e pedestres é que veremos a queda dos números estatísticos. E para a mudança de comportamento e atitude, só com educação maciça e continuada. Na minha modesta opinião, é um equívoco falar em trânsito mais gentil sem antes educar o povo até porque existem leis que regulamentam o assunto e onde existe lei, pouco pode se falar em gentileza.

www.naganuma.com.br    mn@naganuma.com.br    Twitter – @mtnaganuma

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