Como diz o próprio órgão regulador, é você quem deve mudar para melhorar o trânsito. Estamos falando de mudança de hábito. Coisa difícil de colocar em prática pela experiência nossa no dia a dia. A resistência às mudanças de hábitos e costumes é crônica não só na nossa pátria, mas no universo como um todo.
Somos resistentes em experimentar novas rotas para ir e vir do trabalho quando estamos com veículo próprio e mais ainda em tomar um coletivo que faça outro trajeto, mas que passará necessariamente pela rua perto de sua residência.
Existem várias reportagens a respeito do assunto onde é elencado muitas formas de fazer a população mudar os hábitos adquiridos ao longo dos anos, que vai desde a educação até o extremo que seria a prisão.
Necessário se faz, principalmente nos países ditos “em desenvolvimento”, uma educação maciça, desde o primeiro estágio do ensino. Fazer com que a educação no trânsito faça parte da matéria escolar valendo notas a exemplo das aulas de educação física. Tínhamos aulas de música onde eram ensinados os hinos da nossa pátria, matéria que infelizmente foi banida e que hoje somos obrigados a ver intérpretes famosos cantando o Hino Nacional Brasileiro de modo errado em eventos importantíssimos virando piada nas redes sociais. Tínhamos também a matéria denominada Educação Moral e Cívica onde eram dadas noções de moralidade e civilidade que também, infelizmente, foi banida da grade curricular. Quem é desse tempo tem até nos dias de hoje, essas noções e hinos incutidos na memória mesmo que vagamente, e que um simples toque desperta e relembra de maneira natural e também o quanto é importante ter noções de moralidade e civilidade, o que está fazendo muita falta na juventude atual.
A exemplo de países como a Coréia do Sul, o poder público precisa voltar os olhos para a educação de modo ágil e eficaz, pois num período de dez anos (2004 a 2013) o número de veículos trafegando pelas rodovias do país passou de 39,2 milhões para 78,8 milhões (CNT 2013).
Louvável o esforço dos órgãos de pouquíssimas localidades em levar um pouco da educação para o trânsito até as escolas. Louvável também as escolas que levam seus alunos até os órgãos para mostrar um pouco do que se trata o trânsito e por tabela mostrando o que é civilidade.
É muito pouco considerando a extensão territorial e a população que se aglomera a cada dia nas cidades que estão em desenvolvimento e como consequência, aumentando o trânsito de um modo geral.
É preciso mais. Incluir a educação para o trânsito na grade curricular das escolas desde o início do aprendizado do alfabeto. Só assim teremos, a longo prazo, um trânsito mais civilizado e educado. Por enquanto precisamos conviver com o que estamos presenciando que é o resultado do abandono total dessa educação por um tempo muito grande, mais precisamente entre as décadas de 1960 e 1970.
O DER-SP (Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo) fazia panfletagem maciça pelas praças de pedágios, naquela época administrada pelo estado, a respeito de todos os assuntos ligados ao trânsito. Isso acabou assim como acabou a cobrança de pedágio e como consequência, o abandono das praças de pedágio que era possível, em algumas estradas, ver os esqueletos até bem pouco tempo atrás.
Sem a intervenção do Estado na conscientização desde a mais tenra idade escolar, nós não vamos presenciar mudanças significativas. O poder público precisa incentivar a população nessa mudança a exemplo tímida, porém válida, de algumas localidades como Brasília-DF e as cidades do entorno que se localiza no estado de Goiás, o respeito para com os pedestres.
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