Categorias
Jornal A Gazeta do Acre

A MAIOR DAS GENTILEZAS É RESPEITAR A VIDA

Dia 22/06/2013 é o dia do Aeroviário, do Orquidófilo, do Migrante, dia Internacional das Aldeias SOS, das Empresas gráficas e Dia da Natividade de São João Batista (Católica).

Atualmente virou moda falar em gentileza no trânsito. Tem até uma campanha intitulada Trânsito Mais Gentil. A mim, particularmente não agrada. Não agrada porque, como venho insistindo nas minhas colunas, se o povo não tem educação necessária para entender o que é ser gentil dentro da sua própria casa com os seus como ele será gentil no trânsito?

Atitude é tudo num mundo corporativo onde necessariamente a gentileza faz parte do dia a dia. Mas o porquê de toda essa falda de educação no trânsito?

Antes de abordar o porquê, vou esclarecer que quando me refiro a trânsito, estou me referindo a tudo que se movimenta num determinado espaço geográfico, seja ela de aglomeração ou de fluxo normal.

Podemos notar que mesmo andando a pé nas movimentadas ruas dos grandes centros, sentimos que ninguém está preocupado em ter uma atitude correta. Como por exemplo, pedir desculpas quando, inevitavelmente, se toma ou dá um esbarrão num outro pedestre.

Como citei no início desta, a educação vem de dentro dos lares, portanto, nada mais correto e útil do que fazer campanha educativa maciça e agressiva de uma maneira que adentrem os lares brasileiros. Naturalmente que nesse “marketing” seria inserida de forma sutil e bastante enfática a campanha de educação para o trânsito.

A falta de educação, gentileza e a aplicação do já batizado “jeitinho brasileiro”, ocorre em todos os locais de variados níveis cultural e sócio econômico.

Citando um exemplo clássico, da qual fui protagonista, tive uma consulta odontológica em uma determinada clínica de padrão médio/alto no chamado Sudoeste do Plano Piloto, um dos locais mais caros de Brasília. Pois bem. Cheguei às 16:00 hs e uma senhora que já estava lá disse que sua consulta tinha sido marcada para as 15 hs sendo que a recepcionista respondeu e mostrou a agenda que o referido atendimento seria às 17:30 hs e o meu às 16:00 hs. Às 16:20 hs a recepcionista chamou a senhora para entrar no consultório quando me manifestei que seria a minha vez e que tinha ouvido muito bem que o horário agendado dela seria após o meu no que fui acatado e, me deparando com o odontólogo, disse a ele que “jeitinho brasileiro” até em consultório eu não “guentaria” mais. Cansei de ser conivente e “bonzinho”.

É isso. Essa maneira de agir está tão arraigada, introjetada nos brasileiros que só com educação agressiva, continuada e maciça e que chegue dentro de todas as casas providas de televisão desse imenso território que é o nosso Brasil, é que vamos sentir alguma mudança a médio e longo prazos.

Insisto em dizer que bater nessa tecla de trânsito mais gentil não vai surtir o efeito esperado se a educação, atitude, comportamento não for inserida no contexto da educação escolar e familiar.

Nosso país, apesar dos tropeços, está em franco desenvolvimento, mesmo assim o conceito correto de educação dentro das escolas ficou completamente deteriorado, esquecido. Não se ensina mais civilidade nem respeito para com o próximo.

Gentileza no trânsito como? O povo em geral é mal educado, “porco” e sem noção das coisas. Isso se chama educação. “Porco”, porque apesar de todo lava rápido pendurar um saquinho na alavanca do câmbio para colocar o lixo, o cidadão abre a janela e joga papel, restos de comidas e muitas outras coisas mais que vão se acumulando pelas ruas e calçadas.

Os defensores da ideia de gentileza sempre têm o argumento de que o trânsito causa estresse ou que o condutor está nervoso por algum motivo externo. Não ouvi de nenhum desses defensores, até o presente momento, dizer que é preciso, antes de tudo, educar o povo. Não é educar somente os condutores. É educar a massa desde a mais tenra idade até aqueles chamados da terceira idade. “Afinal, o que é terceira idade? Em que idade começa a segunda?”

Se você não está num dia bom, aproveite para se locomover utilizando o transporte coletivo. Assim você estará respeitando o bem estar e a vida. Tome um taxi, faça uma caminhada se o trajeto for seguro, ou tente carona com o colega que reside próximo. Assim poderá até criar um vínculo mais fraterno com o seu colega e sem perceber estará no trabalho com o humor melhorado e pronto para mais um dia de atividade.

www.naganuma.com.br    mn@naganuma.com.br    Twitter – @mtnaganuma

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *