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Jornal A Gazeta do Acre

TRÂNSITO x CORREDORES DE ÔNIBUS

É sabido que o corredor exclusivo para o transporte coletivo tem gerado polêmicas e controvérsias. Digo corredores para o transporte coletivo, pois as autoridades competentes da área entendem que o táxi se encaixa nessa modalidade e está se tornando comum a liberação da circulação desse tipo de transporte nos corredores que antes eram exclusivos para os ônibus.

Nos grandes centros como na cidade de São Paulo a quantidade de táxis é tão grande que nos vários corredores, estes muitas vezes acabam atrapalhando a fluidez do veículo a que primeiramente foi destinado.

 

Mesmo sendo um pouco prejudicado, ainda o corredor é a maneira mais coerente e menos oneroso para o poder público melhorar o tempo de viagem com o consequente conforto, já que esse tempo é o que há de mais precioso para quem os utiliza.

 

Para os governantes que agora estão iniciando estudos para implantação de corredores, um alerta. Onde houver espaço, corredores com pista dupla para permitir ultrapassagens a exemplo do que foi realizado com sucesso absoluto em Bogotá na Colômbia.

Infelizmente vejo com pesar que na cidade mais planejada do Brasil, isso não foi planejado e implantaram-se corredores de pista única sem, a meu ver, nenhuma preocupação com o futuro próximo. Os corredores em funcionamento, visivelmente com espaço para duas pistas de rolamento exclusivas, aos olhos de um leigo, isso nem foi mencionado na pauta dos estudos realizados, tanto é que entrou em funcionamento sem os veículos adequados (com portas nos dois lados do carro) o que obrigou os órgãos responsáveis a implantar linhas diretas, isto é, sem paradas, ponto a ponto, (ilustrando um ex: rodoviária do plano piloto direto para Taguatinga sem paradas intermediárias). Isso significa que só entra naquele veículo quem vai direto para a cidade satélite de Taguatinga, pois depois que entra no corredor, não para mais justamente porque não tem as portas do lado esquerdo. Quem vai para os bairros intermediários, que são muitos, não tem vez. Talvez quem esteja lendo essa matéria não creia que tamanha estupidez foi feita. Acredite. Acontece na cidade mais planejada do país.

Onde está o tão alardeado planejamento? Circulando pela cidade, vejo absurdos inacreditáveis. Em plena BR’s que cortam a cidade existe uma profusão de retornos em nível sem precedentes (retorno em nível é aquele retorno que se dá no mesmo plano da rodovia sem viaduto nem rotatória).

Em recente estudo, a BR 040 que é o início da ligação de Brasília a São Paulo, Belo Horizonte e muitas outras regiões, foi considerada a BR mais perigosa do Brasil.

Voltando aos corredores, é um equívoco pensar que, num primeiro momento, a melhoria, mesmo que radical para melhor do transporte coletivo urbano, vai desafogar o trânsito.
Na cidade de São Paulo, por exemplo, existe uma demanda reprimida de aproximadamente três milhões de carros de passeio na garagem esperando por uma oportunidade para serem usados no dia a dia para efetuar a tarefa de ir e vir do trabalho ou lazer.

No momento em que o transporte em massa melhorar, ao mesmo tempo em que as pessoas deixarem de usar o seu veículo de passeio, outras, na mesma proporção, vão começar a usar o seu que estava na garagem parado até então. Isso significa que nesse instante inicial, não haverá o tão esperado alívio nos congestionamentos. Isso se dará, como disse na coluna anterior, a médio e a longo prazos com muita educação, conscientização, mudança de hábito e principalmente com a iniciativa do poder público em conceder incentivos dos mais diversos aspectos para que pessoas utilizem o transporte coletivo em detrimento da saúde, meio ambiente e bem estar da coletividade. Repito. O incentivo do poder público é o cerne da questão para que tudo dê certo. Tarefa difícil? À minha ótica, não. Um pouco mais de vontade política resolve a questão num tempo que muitos vão se surpreender.

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