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Jornal A Gazeta do Acre

DIA MUNDIAL SEM CARRO

A disciplina dos sul-coreanos não é mais uma novidade, mas algumas decisões ainda são. Graças ao programa No Driving Day, que estimula motoristas a deixarem o carro em casa e a usarem o transporte público uma vez na semana, a cidade de Seul diminuiu em 3,7% seu volume de tráfego.

Foi possível reduzir em 10% a emissão anual de CO2 da capital sul-coreana. Os dados surpreendentes só foram possíveis devido à iniciativa dos próprios motoristas, que se mobilizaram em prol da preservação ambiental.

Além de economizar cerca de 50 milhões de dólares por ano em combustíveis, a qualidade do ar e a saúde das pessoas melhoram o que implica também em redução dos gastos públicos.

Para participar, os moradores da cidade escolhem um dia da semana e se cadastram no site do programa. A partir daí, a pessoa recebe um e-tag (dispositivo que tem um código específico como os usados nos pedágios e shoppings de São Paulo/Paraná e alguns outros estados,Sem Parar/Via Fácil) e um adesivo para o carro, assim o cumprimento das metas pelos participantes pode ser monitorado pela equipe responsável.

Além disso, os participantes ainda recebem diversos benefícios, como descontos em gasolina, estacionamento gratuito e lavagem de carro. Mais de um milhão de pessoas já se cadastraram e fazem parte do mutirão para deixar o carro em casa.
*Informações EcoDesenvolvimento.

Iniciativa semelhante está sendo tomada no Rio de Janeiro, o motorista que deixar seu veículo na sua casa no Dia Mundial Sem Carro, que é no dia 22/09, vai ganhar um incentivo da Fetransport para utilizar o transporte público no seu trajeto usual gratuitamente.

Os cinco mil motoristas que cadastraram o Renavam do seu veículo no site da Fetranspor entre os dias 9 e 14 de setembro receberam em casa um RioCard com R$ 10 em passagens para usar nos ônibus.

A campanha do Dia Mundial Sem Carro surgiu na França em 1997 com o objetivo de conscientizar os cidadãos sobre o uso excessivo do transporte individual em detrimento de outros meios sustentáveis.

 

A adesão em massa por um incentivo dessa natureza é um grande indicador de que as pessoas estão dispostas a colaborarem com o poder público desde que haja uma contrapartida interessante como as medidas tomadas na Coréia do Sul e agora, embora restrito a cinco mil usuários, no Rio de Janeiro.

 

O metrô de São Paulo passou a adotar um desconto de R$0,50 na passagem nos horários entre nove e dez horas da manhã em algumas estações com o objetivo de fazer com que os usuários se desloquem para a estação com desconto para desafogar as outras que superlotam nesse intervalo de hora. Não é uma medida para desafogar o trânsito e sim a aglomeração excessiva em determinadas estações que chega ao ponto de o usuário esperar trinta minutos para poder embarcar. Não deixa de ser um bom incentivo. Muitos desses passageiros que nunca tinham feito determinada rota, passará a fazê-lo e até torná-lo seu roteiro diário. Isto é, estão provocando uma mudança de comportamento/hábito que sem o tal incentivo talvez nunca fosse acontecer.

E acabamos por cair no comportamento do ser humano. Mudança difícil e delicada, pois pega exatamente na resistência da maioria de nós em efetuar mudanças, mesmo que pequenas, como essa de mudar o roteiro. Com incentivos e educação continuada, conseguiremos mudar, a médio e longo prazos, o comportamento da população em benefício dela mesma.

Há quem diga que isso é invasão do Estado no direito de ir e vir das pessoas. Polêmicas à parte, estamos no rumo certo para as mudanças que precisamos atingir para uma convivência melhor, mais educada e civilizada.

Nunca vamos atingir algum objetivo, por menor e de qual natureza seja, se não houver uma contrapartida do poder público no sentido de incentivar a população para que haja o engajamento e mobilização para melhorar o que está se degradando a cada dia.

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