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Jornal A Gazeta do Acre

TRANSPORTE RODOVIÁRIO

O principal meio para o deslocamento de cargas no Brasil é o transporte rodoviário. Embora o Governo Federal esteja investindo em outros modais, o rodoviário é o principal meio de transporte de cargas respondendo por aproximadamente 65% do TKU (toneladas por quilômetro útil) movimentado no País, tendo transportado, em 2010 mais de 900 bilhões de toneladas por km útil. Movimento este que vem aumentando ano a ano mesmo sendo um dos modais com preço unitário mais elevado – perdendo somente para o aéreo – e sendo responsável pela grande representatividade nos custos logísticos do País.

Atualmente, a movimentação de cargas pelas rodovias brasileiras aproxima-se dos 8% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Mesmo que mais de 90% dos executivos de logística do Brasil reclamem da má conservação das rodovias, existe uma vantagem nessa modalidade de transporte porque ele chega praticamente em todos os pontos do território brasileiro, o que não acontece com o hidroviário e o ferroviário e ainda tem outra vantagem no modal rodoviário que é a forma mais rápida de atender à demanda das empresas usuárias do sistema, pois evita algumas burocracias e formalidades necessárias em outros tipos de transporte.

 

A extensão da malha rodoviária brasileira gira em torno de 1,6 milhão de quilômetros (pavimentadas e não pavimentadas), com uma densidade de 0,2km/km2 de área do País. A maioria das rodovias está concentrada no sul e sudeste, pois elas são responsáveis por 73% do PIB nacional.

 

Apesar de termos uma das mais extensas malha rodoviária do mundo, somente 13% são pavimentadas e os nossos problemas começam exatamente aí. Estudos realizados pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que o estado geral das rodovias é deficiente e mais da metade do trecho avaliado estão em mau estado com problemas de conservação e na sua geometria, sinalização vertical e horizontal precária e ainda pavimento de má qualidade, falhas de construção, falta de manutenção nas obras de arte (pontes e viadutos) e para completar, excesso de peso nos caminhões.

O excesso de peso é outro problema grave encontrado ao longo das nossas estradas. Em 2010 as rodovias federais tinham 70 postos de pesagem em operação (41 com equipamento fixo e 29 estáticos [móveis]) o que corresponde a um posto a cada 814 km de estrada.

Completamente insuficiente e perfeitamente adequado para destruir os pavimentos das já desgastadas rodovias, pois nesse intervalo (de 814 km) vários e vários veículos com Peso Bruto Total (PBT) acima do permitido trafegam sem serem importunados pela fiscalização.

Essa precariedade toda tem impacto ambiental negativo, pois quanto maior a qualidade do pavimento e com a geometria correta, menor a variação de velocidade e tempo de viagem com a consequente queda na emissão de poluentes e manutenção dos veículos.

A representatividade do transporte rodoviário é tão significativa que está fazendo com que os governos, Estaduais e Federal, e as empresas do setor a investir em sustentabilidade ambiental, criando leis e intensificando a fiscalização e lançando novos motores com alta tecnologia (motor diesel EuroV) e combustível (diesel) S50 cuja concentração de enxofre é de 50ppm. Para 2013 a programação do Governo Federal é que os postos já estejam recebendo o diesel S10 que tem a concentração de enxofre de 10ppm, ainda menos poluente.

Em 2011 o Brasil chegou a uma frota de 1,4 milhão de caminhões com idade média aproximada de 13 anos e boa parte da produção nacional está sendo movimentada através deles.

Com isso, chegamos à conclusão de que a infraestrutura rodoviária brasileira está muito defasada com relação à demanda, com estradas não asfaltadas ou com pavimento asfáltico em más condições sem dizer das sinalizações horizontal e vertical completamente destruída ou “escondidas” dentro dos arbustos que crescem ao longo da faixa de domínio, com exceção das rodovias concessionadas que prestam um excelente serviço em contrapartida dos valores cobrados nas praças de pedágio.

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