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Jornal A Gazeta do Acre

TRAVESSIA PARA CEGOS

 

Abordamos hoje, um assunto pouco discutido até porque se faz necessário, mais, nas metrópoles como as grandes capitais e localidades turísticas com movimentos sazonais.

Alguma cidade com densidade populacional elevada como Campinas no interior do Estado de São Paulo vem inovando com a instalação de semáforos com avisos sonoros e botoeira em Braile especialmente projetada para a travessia de cegos.

 

De acordo com o Censo Demográfico de 2000, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 14,5 da população brasileira apresentava algum tipo de deficiência. Desse total, 82% eram cegos. Em números absolutos, existiam no país 148 mil pessoas cegas e 2,4 milhões com grande dificuldade de enxergar. Do total de cegos, 77.900 eram mulheres; e 70.100, homens.

 

Sendo assim, não é somente a instalação do semáforo é que resolve o problema. Toda a sinalização horizontal (pintura de solo) e vertical (placas) do entorno devem ser reforçadas inclusive com a colocação do piso tátil e rampa acessível.

Com isso, as cidades que estão promovendo esses tipos de melhorias são as cidades que chamamos de acessíveis e inclusivas exatamente por facilitar a vida dos milhares de deficientes físicos que circulam pelas localidades mais movimentadas sem precisar do auxílio de terceiros.

Funcionamento do semáforo sonoro com botoeira:

A botoeira de acionamento tem inscrições em Braile, que indicam que o usuário deve acionar o dispositivo por três segundos.

Após o acionamento, quando a indicação luminosa fica no “vermelho” (Pare) para os motoristas e no “verde” (Siga) para os pedestres, a botoeira emite uma frequência sonora. A intensidade do som vai se alterando, conforme o tempo de travessia está se esgotando, até tornar-se intermitente e acabar.

No braço semafórico voltado para os motoristas são implantadas duas placas de advertência com a indicação “Atenção Travessia de Cegos”.

O investimento com as botoeiras e todas as melhorias no local fica em torno de R$ 8 mil reais. Não é um gasto elevado considerando orçamento do município e principalmente o benefício que isso proporcionará para a população como um todo.

Com a chegada dos grandes eventos como a Copa das Confederações e Copa do Mundo, acredito que muitas cidades que vão sediar alguma dessas atividades deverão estar “correndo atrás” para a implantação de várias medidas e ações para facilitar a vida dos turistas e para tornar a sua cidade mais acessível e inclusiva.

A segurança para esses casos é fundamental e tomando certas medidas com cunho preventivo, certamente será muito melhor para o município e para os turistas, tanto para os que estão a pé ou motorizados.

Metrópoles como, por exemplo, a cidade de São Paulo, requer estudos e mais estudos para implantação de equipamentos como o descrito aqui. Não somente pela densidade demográfica, mas principalmente pela complexidade de funcionamento da cidade e sua infraestrutura.

Na maioria dos casos, os cegos são sempre auxiliados por terceiros na travessia das grandes avenidas e ruas com grande movimento. Isso porque pela quantidade de cegos proporcionalmente não justificaria a instalação de tal equipamento em determinados locais.

No bairro do Ipiranga na cidade de São Paulo, tem esse equipamento em funcionamento exatamente porque ali fica o Instituto para deficientes visuais “Instituto Padre Chico” e a movimentação dos cegos é muito intenso.

Como auxiliar um cego? Procure saber mais no órgão competente da sua cidade e saiba como ajudá-lo em determinadas situações. Isso é cidadania. Pense nisso.

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