O monitoramento da frota no Brasil começou em 1994, mas o custo alto impediu que muitos empresários da área aderissem, porque toda a transmissão era feita via satélite. A partir dos meados de 2003, quando o celular e a internet banda larga ficaram com os valores consideravelmente mais acessíveis é que o rastreamento tomou corpo e passou a ser utilizado em grande escala pela maioria dos transportadores, inclusive por particulares.
Em 1998, 1,2% da frota eram monitoradas enquanto que hoje está em torno de 20%. Em 2004, aproximadamente 12.500 caminhões foram roubados, em 2005 baixou para 11.600, mas os ladrões também rastrearam os locais onde o sinal de transmissão do monitoramento era falho e se equiparam com aparelhos que bloqueiam a comunicação de dados e com isso o número de roubos voltou a aumentar contabilizando em 2008 mais de 12.000 veículos roubados em todo território nacional.
O Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN) estuda a utilização de rastreamento de caminhões para controlar a duração das viagens por sugestão da Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Risco e Tecnologia de Rastreamento e Monitoramento (Gristec), justamente para controlar a carga horária dos caminhoneiros através de dados coletados como rotas percorridas, paradas realizadas, duração das viagens, para, com isso, diminuir o risco de acidentes nas estradas, o que é recorrente nos dias de hoje.
O monitoramento via satélite, rádio ou celular (o meio mais barato) é tecnologicamente sofisticado, pois ele controla tudo o que acontece nos caminhões dotados desse recurso à longa distância. No painel do veículo é instalado um aparelho que capta os sinais do GPS que comanda os sensores embutidos nas portas, janelas, motor, tanques de combustível, pneus, cinto de segurança. Tudo é verificado em tempo real, se as portas estão fechadas, a velocidade, o nível de combustível com a consequente autonomia, se o cinto de segurança está afivelado, a localização exata do caminhão e inclusive o bloqueio do motor em caso de desvio de rota ou através da emergência acionada pelo condutor ou outro motivo que requeira que isso seja feito.
Os dados são enviados à base dos servidores e armazenados em uma caixa postal de computadores das empresas de segurança e acionam alarme se algo de anormal estiver ocorrendo. Com esses dados é possível controlar todos os movimentos do veículo rastreado, entrar em contato com o motorista e acionar dispositivos que cortam o combustível, acionam alarmes, travam as portas ou ligam a sirene, se for o caso. Em situação extrema, como roubo e sequestro, também acionam a polícia da região onde está acontecendo o evento.
A sofisticação dos bandidos também acompanha a evolução das empresas de segurança. Eles estão usando bloqueadores de sinais semelhantes aos usados em presídios e comitivas presidenciais. Eles bloqueiam os sinais impedindo que a central detecte alguma anormalidade.
Simplesmente pára de emitir o sinal. Mas as empresas deram o troco. Investiram em aparelhos que detectam a aproximação de bloqueadores. Quando isso acontece, o veículo aciona uma sirene, diminui a velocidade dando tempo para o motorista encostar e corta o sistema de alimentação de combustível. Simultaneamente a empresa recebe as informações de que o rastreador desligou o veículo, a localização exata e aciona a polícia.
Esse investimento tem razão de ser. No Estado do Rio de Janeiro foi apurado aumento de 30% desse tipo de delito no primeiro trimestre de 2012 em comparação ao de 2011.
Mesmo assim, o assalto a carros fortes têm sido alvo dos bandidos de maneira bem diferente. Usam todos os artifícios cibernéticos mais a extrema violência com granadas e armas de grosso calibre onde destroem o veículo blindado possibilitando o acesso à carga de valores.
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