Entre as lições verificadas neste artigo, é sugerido que o sistema adote estrutura que tenha partição de poder distribuída, com participação dos diferentes níveis de governo e de órgãos representativos da sociedade, e que tenha estrutura tarifária flexível, atendendo às necessidades de deslocamentos.
1 A URBANIZAÇÃO que as grandes cidades vêm vivenciando nas últimas décadas tem levado ao surgimento de vários problemas socioeconômicos, como o desenvolvimento urbano desestruturado, a sobrecarga da infra-estrutura existente, a falta de acesso à terra e à moradia adequada e, em destaque, a escassez de serviços urbanos. Esses problemas, quando somados à baixa renda da população, agravados pelo desemprego, acabam por expulsar as camadas mais pobres para zonas periféricas, onde os custos com moradia são menores. No entanto, essas áreas são desprovidas de serviços públicos, expandindo progressivamente o aglomerado urbano para outros municípios, provocando o fenômeno da dispersão urbana, que aumenta sobremaneira os custos de provimento das infra-estruturas urbanas. Serviços de transporte público que são pensados tecnicamente para trabalhar em áreas onde existe determinada densidade, passam a ofertar um serviço de baixa freqüência e de péssimo nível, em função das longas distâncias e de um sistema viário precá- rio. A expansão urbana desordenada obriga a rede de transporte coletivo a ir-se formando também de maneira desordenada e irracional, sendo a superposição de linhas uma das características dessa irracionalidade. Agregue-se a isso a descoordenação das redes municipais e intermunicipais, com mais superposição e irracionalidade no conjunto.
2 QUALIDADE E EFICIÊNCIA NO TRANSPORTE PÚBLICO A qualidade e a eficiência de sistemas de transporte público pode ser aferida com base em uma série de fatores, sejam eles ligados à qualidade de serviço ofertado – eficiência em desempenho de serviço concebido em nome da população –, sejam ao desempenho das agências e/ou empresas encarregadas do serviço.
Principais fatores característicos da qualidade de um sistema de transporte público:
• Acessibilidade ao sistema
• Tempo de viagem
• Confiabilidade, fidelidade dos usuários ao sistema.
• Freqüência de atendimento, determinada pelo intervalo de tempo
• Lotação, determinada pela relação entre o número de passageiros no interior
do veículo nos horários de pico
• Características dos veículos, como seu estado de conservação e a sua tecnologia
• Facilidade de utilização
• Mobilidade, caracterizada pelo grau de facilidade de locomoção
Créditos:
Breno Ramos Sampaio*
*Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Oswaldo Lima Neto**
** Professor do Departamento de Engenharia Civil na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e doutor pela Aachen (Alemanha).
Yony Sampaio ***
*** Professor do Programa de Pós-Graduação em Economia da Universidade Federal de Pernambuco (Pimes/VFRE), Ph.D. em Economia pela Universidade da Califórnia.
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