Com as recentes gratuidades concedidas pelo poder público para o transporte coletivo urbano, deverá gerar uma complicação a mais para os operadores do modal sobre pneus ou sobre trilhos, seja este concessionado ou não. A realidade é que o subsídio vai aumentar e muito. Se um grupo é beneficiado com a isenção, outro está pagando por isso. Logicamente, quem está pagando pela gratuidade é o passageiro pagante que sofre com o aumento das tarifas, seja ela do ônibus, trem ou metrô. Mas se alguém já está pagando por ele, porque existe o subsídio? Simplificando, o subsídio nada mais é do que o dinheiro público que cobre o que falta com a arrecadação nas “catracas” para o pagamento das despesas das empresas operadoras do serviço. A Companhia do Metrô de São Paulo, por exemplo, teve no ano fiscal de 2013 um prejuízo contábil de aproximadamente 75 milhões de reais. O restante da verba necessária para cobrir as despesas do sistema precisa ser pesadamente subsidiada pelo Município ou Estado, gerando um financiamento muito caro aos cofres da cidade e/ou estado que causa frequente querelas públicas e grande debate político.
Mesmo assim, muitas cidades observam que novos sistemas de transporte coletivo urbano possuem benefícios econômicos substanciais, provocando o desenvolvimento sócio econômico da região e, inclusive, com aumento no valor do metro quadrado de terra da região.
Com um sistema de transporte coletivo bem planejado como a ferrovia, aparentemente tem um impacto maior de credibilidade por ser um sistema fixo dando a nítida impressão que a construção desse tipo de transporte significa assumir um objetivo a longo prazo providenciando o deslocamento de pessoas a localidades específicas. O planejamento e a eficiência nesses casos é elemento crucial para o desenvolvimento da região abrangida pelo sistema maximizando os benefícios econômicos e ambientais do investimento público incentivando um maior desenvolvimento dentro do raio de ação do sistema implantado. A eficiência e outros atrativos desenvolvimentistas fazem a alegria dos urbanista, já os do poder público alegam que esse tipo de serviço é ineficiente, não é prático e geram altos custos de construção e manutenção exatamente por gerar altos valores em subsídios, valores estes muitas vezes inexistente nos cofres públicos.
Poucos municípios tem a habilidade de abrir concessões para um operador de transporte coletivo urbano privado para o desenvolvimento da região com uma errada ideia de que isto atrairá elementos indesejáveis e bandidagem por causa do avanço sócio-econômico que necessariamente esse serviço trará para a região.
As pessoas contrárias ao transporte coletivo alegam que o custo da construção e manutenção de um quilômetro de metrô, por exemplo, superam em muito o valor do quilômetro construído de vias expressas urbanas, embora não desloquem o mesmo número de pessoas. Aqueles que propõe o transporte coletivo, contestam veementemente os dados anteriormente citados. Nos Estados Unidos a opção pelo transporte coletivo teve um aumento de aproximadamente 21,0% que representa mais que o aumento de veículos novos colocados no mercado no mesmo período e excluindo aqueles que utilizam o transporte aéreo. Vários estados americanos que eram contrários ao transporte coletivo e a favor de vias expressas urbanas já estão investindo maciçamente na melhoria do transporte coletivo urbano. Exemplo: Colorado e Utah.
O impacto econômico por onde passa um transporte coletivo eficiente, planejado e moderno é visível. O comércio no entorno das estações revigoram e o metro quadrado do solo quase que triplica de valor principalmente nos bairros mais distantes, trazendo assim, um alento aos que ali se estabeleceram para morar ou instalar seu ponto comercial.
Embora haja contradições, a verdade é que é tendência mundial que o transporte coletivo urbano se modernize cada vez mais com eficiência e tecnologia avançada, fazendo com que mais e mais usuários deixem seus automóveis em casa para utilizar o coletivo, mesmo em ritmo lento.
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