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Jornal A Gazeta do Acre

MIGRAÇÃO DOS USUÁRIOS DO TRANSPORTE COLETIVO

Hoje 29/11/2014, é o Dia de São Saturnino, Dia Internacional de Solidariedade com o Povo Palestino.

A cada ano, o transporte público coletivo urbano sob pneus vem perdendo passageiros. Só em 2012 a SPTrans contabilizou 25 milhões de passageiros que deixaram de utilizar o ônibus como meio de locomoção.

Mesmo após a implantação do bilhete único em 2004, o número de pessoas transportadas não havia subido, isto é, com ou sem o bilhete único, os usuários continuaram os mesmos não alterando significativamente a estatística.

Embora em ritmo bastante lento, a expansão da malha metroferroviária tem “roubado” uma parcela bastante grande dos usuários do transporte coletivo sobre pneus. Nos últimos dez anos, a Companhia do Metropolitano de São Paulo – METRÔ e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos – CPTM, que são controlados pelo governo do estado, têm melhorado a sua frota com vagões modernos dotados com equipamentos como ar condicionado e com plataformas mais seguras (fechadas com vidro/acrílico transparente somente com abertura exatamente na direção das portas) que foi implantada na linha amarela e agora está sendo estendida a todas as outras linhas.

Essa análise feita pela prefeitura de São Paulo que é a responsável pelo sistema de transporte por ônibus é de que está havendo uma migração para o sistema metroferroviário justamente pela praticidade e pela rapidez já que o transporte por ônibus enfrenta a superlotação e o caos do congestionamento pelo aumento vertiginoso dos automóveis.

Existe a integração total entre as várias empresas que atuam no município, já a integração ônibus x metrô/trem, não é completa. Existe uma defasagem de tarifa entre o ônibus e o metrô/trem. Muitos estudos vêm sendo realizados pelos técnicos do município e do estado, imbuídos da missão de zerar a diferença dessa tarifa, mas ainda não se chegou a um consenso, isto é, quem desce do ônibus e vai para o metrô/trem, precisa desembolsar uma pequena, mas significativa diferença para poder usufruir da rapidez e conforto do transporte sobre trilhos.

São questões político/administrativas que estão sendo discutidas há pelo menos uma década e que pode se arrastar por mais algumas.

O ponto de vista, para esse caso, varia bastante. Há quem diga que essa diminuição de usuários é causada pela facilidade de aquisição dos automóveis e pela precariedade dos ônibus e que isso, notadamente é percebido no aumento dos automóveis particulares rodando pelas ruas da cidade onde praticamente não notamos diferença de concentração nos finais de semana. Está sempre congestionado, agravado pelas ciclofaixas recentemente implantadas e uma faixa de rolamento segregadas para as bicicletas nas principais vias da cidade nos finais de semana.

Outro fator determinante que fazem os ônibus continuarem lotados, mesmo tendo uma diminuição bastante grande dos usuários, é que as empresas minimizam a frota na rua para, logicamente, reduzir custos e compensar a perda de passageiros.

Existem, ainda, aqueles que simplesmente abandonaram o metrô e voltaram para o seu automóvel, por causa da frequência nesse modal. Explicando melhor, como houve a integração total do trem com o metrô, os usuários do trem passaram a usar o metrô o que causou uma queda do nível socioeconômico dos passageiros do sistema metrô.

Dizendo assim, dá a impressão de segregação, discriminação, preconceito ou da maneira que você desejar interpretar ou analisar a situação. Não podemos levar isso em consideração, mas é que o usuário do trem, são aqueles que vêm de outros municípios que integram a grande São Paulo e com características bem diferentes e o metrô antes de ser expandido como foi, circulava por pequenos trechos, sem integração com o trem, e com passageiros que realmente deixavam seus veículos em casa ou em estacionamentos próximos para ir e vir ao trabalho.

Com a expansão do METRÔ e a inevitável e obrigatória integração com a CPTM, está acontecendo o que muitos não queriam que acontecesse. A superlotação do metrô trazendo com ela as suas consequências. Assaltos, abusos, preconceitos, brigas e outras mazelas mais que acontecem sempre que existe uma aglomeração desproporcional de pessoas de diferentes classes sociais, educacionais, culturais, religiosas e étnicas.

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