A modalidade que vamos abordar é aquela que se dá no mesmo plano da rodovia sem nenhuma obra de arte (viadutos ou passagem subterrâneas), rotatórias ou semáforos. Até porque seria um grande absurdo instalar semáforos em rodovias de grande circulação fora das áreas urbanas mais densamente aglomeradas com grande população ribeirinha.
O fato é que a grande maioria dos cruzamentos em nível, à exceção da BR 101 que liga Florianópolis – SC a Curitiba – PR, que, nos cruzamentos, a rodovia faz um balão muito suave não chegando a ser uma rotatória modificando a geometria da pista exatamente para dar espaço suficiente para a canalização e com isso, tempo necessário para que o veículo em circulação possa atingir a velocidade ideal para adentrar na rodovia principal sem atrapalhar aquele que já vêm imprimindo a velocidade permitida pela via.
Nas primeiras vezes que por ali transitei, achei estranho, pois ela poderia ser exatamente em linha reta. Analisando com mais cuidado, a medida adotada foi muito perspicaz e inteligente, pois é uma rodovia de grande movimento de veículos pesados porque faz o trajeto até Porto Alegre – RS e dalí para o Uruguai e com grande número de condutores estrangeiros que desconhecem as regras de trânsito brasileiro.
Tais medidas poderiam ser tomadas em várias outras rodovias uma vez que a faixa de domínio (espaço reservado para o ampliar a via) permite com folga esse procedimento. Falta bom senso do poder público responsável pela execução e projeção para o futuro próximo que com absoluta certeza a quantidade de veículos em circulação aumentará proporcionalmente ao incentivo governamental com facilidade de acesso aos financiamentos e o dito aumento do poder aquisitivo que “camuflado” chegará ao ápice em pouco tempo. Todos esperamos que isso não aconteça, mas é o que estamos por assistir e o inevitável desenvolvimento urbano e grande avanço do Agro Negócio que contribui para a circulação dos caminhões de grande porte e a mudança dos polos industriais para os centros que estão dando incentivos fiscais para tal fim.
A BR 040/ÉPIA em Brasília – DF é um grande exemplo. Com tanto espaço, existem inúmeros retornos em nível em que nos horários de maior movimento, fica quase impossível cruzá-la e com a possibilidade de acontecer acidentes de grandes proporções.
O problema maior é a canalização curta, muitas vezes provocando filas perigosíssimas e a distância entre a entrada na rodovia e o retorno em que o condutor precisa fazer e a canalização de saída para a via também curta, não permitindo espaço suficiente para que o motorista imprima velocidade ideal para adentrar a via principal sendo que o retorno que ele necessita fazer fica a menos de 100 metros de distância.
Tudo isso são obras de custo baixo e de grande impacto para a veiculação e segurança dos usuários.
Esse cenário deverá mudas com a futura implantação do corredor de ônibus no canteiro central dessa via que interliga várias cidades do entorno do DF, estão sendo construídas obras de arte para eliminar os cruzamentos em nível. Isso acabará com os problemas com os veículos e permanecerá o problema com os pedestres que, embora haja passarelas, há quem insiste em atravessar a pista à pé.
Com os corredores do transporte coletivo em funcionamento, essa prática tende a aumentar por parte daqueles que utilizam o ônibus. A passarela é projetada para o acesso de um lado a outro da pista e com acesso também ao canteiro central para que o usuário possa tomar o coletivo. Sempre tem aquele indivíduo que, vendo seu ônibus aproximando, vai tentar chegar ao canteiro central atravessando a pista e driblando os veículos que estarão normalmente a 80 KM/h para não perder a sua condução, esquecendo, momentaneamente, que logo em seguida virá um outro para o mesmo destino.
Esse é um pequeno exemplo do que está sendo feito. No restante do país, ainda existem inúmeras travessias em nível sem passarelas colocando em risco muitas vidas.
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