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Jornal A Gazeta do Acre

MOBILIDADE NAS METRÓPOLES

Hoje dia 09/08/2014, é o Dia Internacional dos Povos Indígenas, Dia de São Fábio e Dia Interamericano de Qualidade do Ar,

“Na iminência de grandes eventos ocorrerem em algumas das principais metrópoles brasileiras (Olimpíadas e outros eventos igualmente importantes), e tendo em vista o aumento gradativo do poder aquisitivo da população, um tema que merece destaque é o da mobilidade urbana.

Nos últimos anos, cidades como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília viram um aumento expressivo na circulação de veículos por suas ruas, fruto de uma demanda que estava reprimida até o advento da nova classe média brasileira. Além disso, o fortalecimento de uma cultura que privilegia o individualismo ajuda a explicar o aumento da circulação de veículos nas metrópoles, visto que o cidadão tem substituído o transporte coletivo pelo veículo de uso particular.

Diante desse cenário, os governantes têm se deparado com um problema que está comprometendo a competitividade de muitas empresas e até mesmo a qualidade de vida nos grandes centros urbanos: a ineficiência da engenharia de tráfego.

Quando olhamos apenas para o eixo que liga as duas principais metrópoles nacionais (São Paulo e Rio de Janeiro), outro problema que carece de solução efetiva a curto e médio prazos é o do sistema de transportes (ônibus, trens, metrôs, etc.). E isso se deve à conjugação da ausência de qualidade com o alto preço das tarifas praticadas pelos concessionários de transportes públicos. Considerando que milhões de pessoas circulam nos dias úteis por essa região da cidade a trabalho e/ou estudo, estamos falando de uma perda econômica em trânsito na casa dos bilhões de reais por ano.

Assim, e considerando o custo que nosso país possui com carga tributária e gargalos de infraestrutura, ficamos cada vez mais para trás na competição com os demais países do BRICS, os Tigres Asiáticos e com países emergentes como Turquia, México e Chile.

Logo, urge uma resposta rápida de nossos governantes e administradores públicos no sentido de mitigar essas ineficiências. No caso das regiões metropolitanas, medidas como a ampliação do sistema ferroviário de passageiros, rodízio de veículos de passeio nos dias úteis e descentralização da relevância política e econômica de regiões centrais (o que reduz o movimento pendular) ajudam a reduzir o tempo de permanência em trânsito da população, diminuindo perdas de capacidade produtiva, amenizando o estresse do cidadão e, por conseguinte, melhorando a qualidade de vida de cada indivíduo.  A descentralização política e econômica ajuda a reduzir problemas ambientais nos centros dessas cidades, tal como a emissão de poluentes e ilhas de calor.

Ainda em relação à descentralização, ações de desoneração tributária e investimento em infraestrutura em outras áreas dos municípios ajudam a redistribuir a atividade econômica nos espaços municipais. No caso das empresas, a revisão de métodos e processos de trabalho que estimulem a prática de home office ajuda não só a reduzir o gasto e o desgaste dos trabalhadores com mobilidade, mas também os gastos empresariais com aluguel de espaços cada vez mais valorizados, água, luz, telefone, Internet e manutenção predial. No entanto, no caso do home office, tal decisão deve ser acompanhada de um estudo que avalie os prós e os contras de se perder o controle presencial de colaboradores e a relação custo x benefício resultante disso no que concerne à estratégia de negócios, cultura e cadeia de valor das organizações.

Diante do exposto, os tomadores de decisões de organizações públicas e privadas devem repensar a forma como encaram a questão da mobilidade das pessoas, pois ela afeta a competitividade de empresas, regiões e países. Se não, pagaremos o preço de não sermos capazes de nos adaptar ao desenvolvimento econômico nacional e de nossos parceiros internacionais.

Portanto, pense na efetividade global, porém aja sobre a eficiência local”.

Ref: Texto de Pedro Papastawridis.

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