A bicicleta é um modo de transporte alternativo para curtas e médias distâncias e se integrada aos outros modais permite alcançar destinos variados conforme o tamanho e topografia da localidade. Além de favorecer a saúde, bem estar e meio ambiente, reduz custos nos deslocamentos e agrega outros fatores que contribuem na democratização do uso da via pública, seja ela urbana ou não.
Para se implantar ciclovias e/ou ciclo faixas para o uso cotidiano, é necessário conhecer o perfil dos usuários desse tipo de transporte e os fatores mais representativos que o influenciou na escolha da bicicleta como meio de transporte para poder integrá-lo aos outros modais existentes. Necessário se faz a aplicação de questionários junto aos usuários do transporte coletivo sobre pneus e sobre trilhos e, ainda, consulta ao órgão de trânsito e transporte para mensurar o volume de ciclistas que passam nas áreas que estão sendo estudadas. Feito isso, é preciso separar os ciclistas regulares e os eventuais somados aos não ciclistas e submetê-los à análise dos especialistas em trânsito e transporte público coletivo.
Nos grandes centros como a cidade de São Paulo, Rio de Janeiro e outros, o fator negativo para esse tipo de transporte é o trânsito rápido, perigoso e denso tanto para o usuário eventual como para o regular. Já, em outras localidades, o fator preponderante para o não uso da bicicleta é a topografia que impede totalmente o seu uso devido ao grande desnível do local, contando com declive (descida) e aclive (subida) bastante acentuados.
Um exemplo de cidade totalmente favorável ao uso da “bike” é a cidade de Rio Branco, capital do estado do Acre por ter uma topografia privilegiada sem muitas subidas ou descidas que impossibilite o uso desse tipo de transporte. O transporte coletivo feito por ônibus não consegue atingir grande parte da cidade, e por ter ruas estreitas, ela se concentra basicamente nas vias arteriais (grandes avenidas com cruzamentos controlados por semáforos e que permite o trânsito dentro das regiões da cidade) e nas vias coletoras (aquela que coleta e distribui o trânsito das arteriais e vias rápidas que também possibilita o trânsito entre as regiões da cidade). Antes mesmo de começar a ter problemas de congestionamentos, Rio Branco já tinha, aproximadamente, 60 km de ciclo faixas implantadas por causa do grande número de usuários de bicicletas existente no local (meados de 2006). A partir de então, o Plano Diretor do Município redefiniu as regras de acordo com os critérios de segurança a esse tipo de usuário e tem aumentado, consideravelmente, as ciclo faixas e melhorado as vias locais, facilitando, assim, o trânsito das bicicletas pelos bairros onde não é possível a passagem do transporte público coletivo feito por ônibus.
Na cidade de São Paulo, a maior metrópole do país, estão sendo implantadas ciclo faixas mais com a finalidade de lazer onde uma faixa é segregada com pintura diferenciada (vermelha) e com cones nos finais de semana e feriados para que os habitantes da cidade possam pedalar livremente sem se preocupar com os automóveis. Alvo de críticas daqueles que não pedalam, pois com essa segregação, o trânsito que antes (da ciclo faixa) era bastante tranquilo nos finais de semana e feriados, com a implantação dessa medida, quase que se torna o mesmo trânsito dos dias úteis. É verdade que não chega a ser como nos dias úteis, mas acabou ficando estranho, pois a faixa da via junto ao canteiro central é que é segregada, não permitindo, assim, atravessá-la salvo onde existe semáforo. Com isso, os desavisados precisam dar longas voltas para conseguir chegar ao seu destino. Mas inegavelmente foi uma vitória e tanto para os defensores do verde e meio ambiente.
A principal crítica à época da implantação dessas faixas, foi, novamente, a falta de divulgação, por parte do poder público, os locais onde ocorreriam as mudanças.
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