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Jornal A Gazeta do Acre

PRIORIZAÇÃO DO TRANSPORTE COLETIVO

Hoje, 26/10/2013, é o Dia do Trabalhador da Construção Civil.

Discute-se muito a eficiência do transporte urbano de passageiros em massa.

Flagrante é a discrepância de opiniões a esse respeito. O usuário do transporte coletivo discute o tempo de espera pelos coletivos e o respectivo tempo de viagem. Já os usuários de automotores particulares, defendem basicamente os mesmos temas, vias congestionadas e o tempo que se passa dentro desse congestionamento.

Quando se fala em tempo de espera por um coletivo, estamos entrando na área de planejamento desse tipo de transporte. Porque não aumentar o número de carros e como consequência diminuir o tempo de espera para se conseguir embarcar e seguir seu destino?

Os gestores públicos da área de trânsito e transporte sempre argumentam que aumentar a frota de ônibus não vai resolver. Verdade. Deve-se, antes de mais nada, promover ações para melhorar a velocidade dos coletivos, diminuindo assim, o tempo de viagem de cada carro, podendo, com isso, estabelecer intervalos regulares entre eles.

Os corredores de ônibus em São Paulo, Curitiba e mais recentemente em Brasília-DF, foram extremamente bem sucedidos para o usuário desse tipo de transporte, com significativo aumento da velocidade das composições e consequente diminuição do tempo de viagem das linhas usuárias desses corredores. No entanto, para os carros de passeio que tiveram uma faixa da pista de rolamento segregada exclusivamente para os coletivos, a situação piorou e muito com mais congestionamento e mais tempo no trânsito.

Apesar de bem sucedida para os milhões de usuários do transporte coletivo em massa, para aqueles que utilizam o automóvel como transporte, virou um verdadeiro desastre e geraram acirrados debates entre políticos, sindicatos e outras categorias, cada uma defendendo seus interesses. Debate esse alimentado, principalmente, pelos donos de veículos de passeio que foram colocados em segundo plano em detrimento da priorização do transporte coletivo.

Esse comportamento é interessante. Assim como os gestores políticos, centenas e milhares de usuários de veículos de passeio que se utilizam desse meio para ir e vir, nunca, em momento algum, teve a experiência ou a necessidade de se locomover através do transporte coletivo.

Exatamente essa classe de usuários é que acha absurdo e inaceitável a segregação de faixas exclusivas para ônibus priorizando, assim, o transporte coletivo.

Em Nova Iorque, é comum ver o Sr Michael Bloomberg, multimilionário no seu terceiro mandato como prefeito dessa cidade, seguindo de metrô para a prefeitura todos os dias.

Em Londres, o ex-prefeito Ken Livingstone era visto dentro do metrô a caminho da prefeitura lendo seu jornal ou algumas de suas anotações.

O atual prefeito de Londres, Boris Johnson é sempre visto pedalando sua bicicleta para a prefeitura e é o responsável pela implantação de novas ciclovias pela cidade e mentor do recente sistema de aluguel de bicicletas.

Os cidadãos brasileiros deveriam perguntar, antes de votar, o que os nossos governantes têm de tão “especial” que os fazem tão diferentes dos outros três governantes das duas principais capitais do mundo que são tão “comuns”?

Como sempre digo e repito quantas vezes for necessário, enquanto nossos prefeitos e seus técnicos não tiverem a coragem e disposição para saírem de suas salas com ar refrigerado, cafezinho e água gelada e resolverem “andar” com os coletivos e verificarem os gargalos do trânsito que resultam nos grandes congestionamentos nossa situação não irá mudar em nada.

Atualmente, na cidade de São Paulo, o Prefeito Fernando Haddad, está tomando o ônibus para se deslocar até seu local de trabalho. Nesse trajeto de quinze minutos, têm recebido crítica e elogios. Acho extremamente positivo essa atitude, como sempre defendi aqui. Parabéns ao Prefeito pela iniciativa. Embora tímida, não deixa de ser um avanço na atitude daquele que é o protagonista na gestão da maior e mais importante cidade do Brasil.

Resta, ao nosso prefeito, fazer com que os atores que encabeçam o executivo o legislativo, e porque não o judiciário também, que tomem a mesma atitude que ele está tomando para que possam ter ideia de como funciona o transporte coletivo da maior metrópole do país.

Ele está tentando. Vamos ver se consegue.

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