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Jornal A Gazeta do Acre

PEDALAR COM SEGURANÇA

Dia 28/09/2013 é o Dia do Ventre Livre, do Hidrógrafo, do Anunciante e do Petróleo.

A indignação e o clamor de uma sociedade, pelo fato de um ciclista ser atropelado e vir a falecer, é grande. Nem poderia ser diferente. É trágico, brutal justamente pela diferença que há entre um veículo motorizado e uma bicicleta. Não estou falando só de automóveis, caminhões ou ônibus. Muitas vezes um ciclista atropelado por uma moto sofre mais danos do que aquele atropelado por um automóvel, por exemplo. A consequência é maior, porque a moto, apesar de ter uma área de impacto menor, tem carenagens e vários pedais e ganchos que acabam provocando lesões maiores isso quando o veículo não cai sobre a vítima.

 

Bem. Estou falando, hoje, da indignação quando se tem notícia de atropelamento grave de ciclistas. Pedalar no trânsito parece coisa impossível para alguns. Principalmente para aquele que moram nos grandes centros. Mesmo assim, o número de usuários desse tipo de veículo vem aumentando a cada dia.

 

As regras estabelecidas para o trânsito são criadas através de dados estatísticos e de estudos científicos que demonstram verdadeiramente o que é seguro e o que não é para o condutor de veículos, pedestres ou para qualquer outro ser que esteja fazendo parte do trânsito.

Esse tipo de acidente acaba tomando proporções gigantescas provocando manifestações e uma grande comoção a nível nacional devido ao boca a boca que, no final, parece que a cada esquina de todas as cidades um ciclista é atropelado e morto por dia.

Para se ter ideia, a média de acidente com aviões é de dois (isso mesmo 2) a cada milhão de decolagens o que o torna o meio de transporte mais seguro que existe. E para completar, dentre esses dois acidentes aéreos nem sempre tem vítima fatal. Mesmo assim, só se fala naquele ciclista que foi atropelado e morreu debaixo das rodas de um ônibus em pleno horário de pico em alguma grande metrópole. Muitas vezes esse acidente nem foi em grandes cidades com grande fluxo de automóveis.

Não estou defendendo e muito menos criticando essa ou aquela parte.

A verdade é uma só. Sem a devida (torno a repetir) Educação Para o Trânsito, isso continuará acontecendo, pois a grande maioria dos ciclistas nem sabe que existem regras no CTB (Código de Trânsito Brasileiro). Segundo o citado Código, a bicicleta é um veículo assim como a carroça, e por isso, deve obedecer às regras de trânsito como outro veículo qualquer. E, em qualquer situação, o pedestre tem prioridade sobre qualquer tipo de veículo, motorizado ou não.

Antes dos adeptos e incentivadores saírem por aí pregando o uso ecológico e politicamente correto das bicicletas, deveriam, não sei de que forma, fazer chegar aos usuários os deveres e obrigações a que estão sujeitos assim como outro cidadão qualquer que conduz um veículo motorizado. Deveriam informar as regras básicas de como pedalar, evitando ruas movimentadas, obedecendo às sinalizações, circular na mão correta de direção entre outros. Apesar de ciclistas e pedestres terem a preferência sobre os veículos automotores, não é o que presenciamos no dia a dia.

Estava eu dentro de um ônibus em plena Av. Paulista (centro financeiro da cidade de São Paulo e uma das maiores em circulação de automóveis e ônibus), quando vi um ciclista adentrar na pista segregada para o coletivo que, nesse caso fica à direita junto ao meio fio, sem olhar. O motorista foi obrigado a frear tão bruscamente e buzinar ao mesmo tempo, que quem estava em pé teve dificuldade para se segurar. Aí então é que o ciclista percebeu, assustadíssimo, que ficou a trinta centímetros de ser mais um na estatística dos atropelados. Como se não bastasse, achou que estava com a razão e, xingando o condutor, ainda deu um pontapé no coletivo.

Uma atitude que deixou a todos que assistiram indignados e aliviados, ao mesmo tempo em que alguns parabenizavam o reflexo do motorista. Caso o motorista estivesse olhando pelo retrovisor externo para simples verificação do trânsito, estava feita a desgraça.

Acidentes são causados por erros de qual parte seja. Se não houvesse erro não haveria acidentes. Afirmação óbvia e parece até idiota, mas não é. Se todos tivessem essa verdade em suas mentes, entenderiam o que significa segurança no trânsito e colaborariam para a diminuição dos dados estatísticos.
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