Podemos dizer que é um tema recente e muito discutido principalmente porque o congestionamento provocado pelos veículos motorizados e a má qualidade do transporte público coletivo, aliada a grande aglomeração de pessoas, tornou-se necessário rever conceitos de transportes existentes para o deslocamento da população que se aglutina mais e mais a cada dia em determinados locais em busca de melhora na sua condição de vida.
A CICLOVIA é o espaço reservado exclusivamente para os ciclistas. Ela é segregada, separada fisicamente por grades, tachões, muretas, blocos de concreto ou outro tipo que promova o isolamento fixo, das bicicletas dos outros veículos que utilizam a mesma via e é dotada de sinalização vertical e horizontal. Mais comumente encontradas nas avenidas e vias expressas, pois isola e protege o ciclista do trânsito intenso. Para se ter uma ideia de como é complicado implantar a ciclovia numa cidade como São Paulo, que até então não havia se preocupado em alternativas e não tem tradição do uso da bike como transporte cotidiano, existem apenas 60,21 km desse tipo de via efetivamente implantadas, segundo dados da CET-SP (Companhia de Engenharia de Tráfego do Município de São Paulo).
A CICLOFAIXA ao contrário da ciclovia, não possui segregação, separação física por elementos fixos, no máximo “olho de gato”. O próprio nome já diz que é uma faixa, de cor diferente (normalmente vermelha) que determina a existência dela caracterizada por sinalização vertical e horizontal. Na cidade de São Paulo existem apenas 3,3 km desse tipo que são definitivas e que funcionam 24h todos os dias da semana no bairro de Moema.
Está incluso no conceito de ciclofaixa a Ciclofaixa Operacional de Lazer que funciona aos domingos e feriados nacionais das 7 às 16h na cidade de São Paulo totalizando 120,8 km também segundo dados da CET-SP. Essa é uma das faixas da via normal de circulação situada junto ao canteiro central ou à esquerda que é totalmente segregada do trânsito de veículos motorizados por elementos de canalização como cones, cavaletes, supercones e que também são dotadas de sinalização vertical e horizontal conforme regulamentação.
A CICLORROTA não possui nenhum tipo de separação. Não existe segregação para tal finalidade. É um percurso que já é frequentada pelos ciclistas usualmente em determinadas regiões onde o órgão de trânsito local recomenda e sinaliza somente no modo vertical com placas de advertência e pintura diferenciada no leito da via para que os motoristas enxerguem que é rota de bicicletas onde devem, por ambas as partes, ter a atenção redobrada e a velocidade reduzida para evitar acidentes.
Como podemos observar, se a cidade não tem a tradição do uso dessa espécie de transporte, com o passar dos anos as vias são adequadas somente para o trânsito de veículos automotores, muitas delas deficitárias e mal conservadas. Partindo desse pressuposto, fica extremamente difícil implantar qualquer tipo de variação para adequar um novo modal sem o devido estudo, e é claro, sem a devida educação para o trânsito.
A implantação na cidade de São Paulo foi feita quase sem nenhuma ou nenhuma educação para o trânsito nesse sentido, o que é lamentável, pois no início muitos condutores foram pegos de surpresa com as modificações das vias e tiveram que dar enormes voltas para se chegar ao destino pretendido justamente pela segregação parcial das vias nos domingos e feriados.
Na minha modesta opinião, a Educação Para o Trânsito é o cerne da questão para melhorá-la. Campanha nenhuma veiculada nas redes sociais terá o efeito da educação preparada por especialistas da área. “Trânsito mais Gentil, Parada para o Trânsito” e outros não vão surtir o efeito desejado.
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