Esse hábito pode estar com os dias contados, pelo menos no município de São Paulo.
A Prefeitura de São Paulo está em fase de estudo para implantar uma nova modalidade de radares. Eles calculam velocidade média de um determinado trecho da via forçando o condutor a manter a velocidade abaixo da determinada naquele intervalo. A nova tecnologia contará com sensores que mede o tempo que o veículo levou para percorrer entre dois pontos. Sendo assim, mesmo que o motorista freie e passe abaixo da velocidade permitida pelo primeiro equipamento, se exceder a velocidade no percurso, ao sair do trecho o outro radar calculará a média, que se for maior que a permitida, será multada.
Uma tecnologia similar já existe no estado de São Paulo. São as utilizados em alguns trechos de rodovias privatizadas com o intuito de substituir as tradicionais praças de pedágio. No caso específico, sensores calculam o trajeto percorrido e debitam somente o valor referente ao espaço que o veículo percorreu. Assim, a cobrança é feita proporcionalmente ao trajeto, isto é, quem percorreu o maior trecho desembolsará mais que aquele que fez um pequeno percurso.
Esse estudo não só prevê essa nova tecnologia, mas também uma nova licitação para a compra de novos radares fixos, estáticos (móvel) e lombadas eletrônicas que serão equipados com a tecnologia conhecida como Leitura Automática de Placa que utiliza as informações do sistema de monitoramento da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET-SP) e da Central Interligada de Mobilidade Urbana.
Dentro desse “pacote” de estudos e licitações, estão sendo verificados sistemas que detectam avanço de sinal vermelho, invasão das faixas e corredores exclusivos para o transporte coletivo e ainda veículos que param sobre a faixa de pedestres bem como a implantação dos radares chamados de “dedo duro”, funcionando em algumas rodovias do estado, que é capaz de identificar as placas de veículos de outras regiões consultando se a documentação está em ordem ou se tem alguma irregularidade como, por exemplo, envolvimento em crime.
Inicialmente o novo radar que calcula a velocidade média, não será utilizado para punir os infratores até porque não existe nenhuma norma que permita o seu uso no atual Código de Trânsito Brasileiro (CTB). A intenção da Prefeitura de São Paulo é reunir dados estatísticos para fazer “lobby” junto ao Congresso Nacional para modificar a legislação atual.
Esse sistema, se aprovado para integrar o Código de Trânsito Brasileiro, irá contribuir para diminuir número de acidentes e atropelamentos, pois não permitirá que o condutor “engane” a fiscalização porque estará registrado hora, data, e foto da placa e modelo do veículo infrator.
A nova licitação prevê um aumento de 14,5% na quantidade dos equipamentos no município de São Paulo aumentando do número atual de 587 radares para 672 entre fixos, estáticos (móvel), e lombadas eletrônicas. Essa licitação já foi aberta pela Prefeitura de São Paulo no dia 30 de maio de 2013.
No ano de 2012, os sistemas de fiscalização eletrônicos registraram mais de sete milhões de notificações representando 71% das multas na capital paulista, computando, conforme dados da Prefeitura, diminuição de 41% de mortes no trânsito e que 90% respeitam o rodízio e as restrições a veículos pesados em determinadas regiões.
“Essa nova forma de fiscalização, suscitou acalorados debates jurídicos antes de ser implementada nos países europeus, justamente por ser inédita e de grande alcance no controle efetivo dos veículos. Atualmente, porém, sua implantação está sendo feita de forma ampla na União Europeia, impulsionada principalmente pela integração viária internacional do continente e por uma política de prevenção de acidentes como, por exemplo, o projeto SARTRE – ‘Social Attitudes to Road Traffic Risk in Europe’. Este projeto é citado como precursor deste novo sistema de fiscalização tanto pela ‘Autostrade per l’Italia’ como pela ‘Transport for London’” (notas técnicas CET-SP).
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