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Jornal A Gazeta do Acre

LEI DO DESCANSO x INFRAESTRUTURA

Hoje, dia 18/05 é o Dia Nacional do Combate ao Abuso e à Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes e o dia 19/05 deste ano de 2013, na Igreja Católica comemoram-se e celebram-se o Dia de Pentecostes entre outros que são homenageados ou comemorados.

A Lei do descanso como dei enfoque nas colunas anteriores, além de polêmica por causa dos tempos estipulados, tanto para descanso como para jornada de trabalho, esbarra num problema muito maior do que aquele que estão discutindo.

O poder público está preocupado com a aplicação da Lei sob a ótica, somente do cumprimento da jornada de trabalho, isto é, de quantas horas o condutor estará dirigindo ininterruptamente.

Agora, o grande vilão dos acidentes envolvendo caminhões e ônibus, está sendo a jornada excessiva de trabalho. Em momento algum ouve se falar nas condições da maioria das estradas que cortam o país.

A infraestrutura rodoviária do Brasil é péssima. Quem viaja pelo oeste, centro-oeste, norte e nordeste sabe perfeitamente que não há estrutura nenhuma para que os caminhoneiros obedeçam à Lei sem estar correndo algum tipo de risco. O sul e sudeste são as regiões que mais oferecem condições de paradas para descanso, mas também é a região onde mais ocorre roubo de cargas.

Mais uma vez são sancionadas leis sem um estudo prévio da realidade do país. Assim como a Lei dos empregados domésticos. Quando os empregadores ficaram sabendo que a Lei seria sancionada como foi, a primeira providência foi demitir.

Caímos na mesmice de sempre. Primeiro põe em prática. Depois vão acertando de acordo com os entraves e dúvidas. Nesse meio tempo em que estão discutindo como e o quê fazer, a grande maioria dos domésticos já foi demitido e substituído por diaristas.

Naturalmente que o desemprego não será o caso dos motoristas até porque com ou sem a Lei, os produtos vão continuar a serem transportados em todo o território nacional. O grande gargalo está juntamente na infraestrutura oferecida nas regiões mais precárias. Como se não bastasse a precariedade das estradas brasileiras (com exceção do Estado de São Paulo e parte do Estado do Paraná), sempre aparece aquele esperto que vai tirar proveito da confusão que vai se estabelecer a partir da efetiva aplicação da Lei.

Já estão começando a surgir, como vimos nos noticiários, os estabelecimentos que improvisaram uma área para estacionamento sem nenhuma estrutura como calçamento, iluminação, vigilância, banheiro, mas que têm direito a adentrá-lo, somente o veículo que abastecer uma determinada quantidade de combustível ou seu condutor consumir um determinado valor no restaurante ou lanchonete.

Onde estamos? Não que eu seja contrário à cobrança. Para isso, deverá oferecer o mínimo de condições de conforto para o usuário e não para aqueles que simplesmente limparam uma área e o cercaram com três fios de arame, de chão batido onde o motorista precisa esperar cinco minutos até a poeira baixar para poder descer do caminhão ou descer chafurdando na lama nos tempos mais chuvosos.

É isso, que em primeiro lugar, deve ser vistoriado e avisar os estabelecimentos da entrada em vigor de uma Lei “tal” e que para tanto, deverão se adequar para que os motoristas possam ter um local decente para seu descanso preconizado na Lei.

Os postos de combustíveis que se adequarem e que estiverem cobrando também deverão ser alvo de fiscalização rigorosa porque, aí sim, para justificar a cobrança, deverão oferecer todos os itens de conforto e segurança que também deverá estar descrito na Lei.

Quem gosta de viajar de automóvel sabe bem a realidade que encontramos quando saímos da região sudeste (mais precisamente do Estado de São Paulo e parte do Estado do Paraná), a distância entre os postos de combustíveis aumentam à medida que vamos ao sentido oeste, norte, nordeste, centro-oeste. Quando avistamos um, ficamos até com receio de abastecer tamanho o aspecto de abandono do local. Infraestrutura péssima sem dizer da higiene e das pessoas que nos atendem e de bandeira desconhecida. Às vezes encontramos postos com bandeira conhecida, mas as condições de infraestrutura são péssimas do mesmo jeito.

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