Cientificamente, quando se está guiando um veículo, entre 90% e 95% das informações necessárias para a atividade e administrar todos os comandos e riscos, estão relacionados à visão.
No início de 2012, o jornal britânico “Daily Mail” e muitas outras agências de notícias internacionais, alardearam o caso da inglesa Philipa Curtis de 21 anos que foi condenada a 21 meses de prisão por ter provocado um acidente grave em que faleceu Vitoria McBryde de 24 anos. A polícia inglesa ao “abrir” o celular de Philipa (a que provocou o acidente), verificou que ela havia enviado 20 torpedos antes de bater seu carro na traseira do veículo da vítima.
Na Inglaterra vigora uma lei desde dezembro de 2007 que usar o celular ao volante pode resultar em prisão. As leis por lá eram semelhantes às brasileiras e as autoridades especialistas no assunto, perceberam que as punições eram brandas e insuficientes para desencorajar o uso do tal aparelho de comunicação ao volante com o veículo em movimento.
Atualmente, quem insistir na prática, pode ser condenado, no mínimo, a dois anos de cadeia. Também regulamenta que a promotoria pode condenar os desobedientes por homicídio culposo e, ainda, aplicar a pena máxima prevista naquele país que é a prisão perpétua, caso haja confirmação de que o veículo foi usado como arma.
Os inconvenientes sociais causados pelo uso do aparelho em questão no trânsito das cidades, seja ela grande metrópole ou não e nas rodovias, são alarmantes e preocupantes para as autoridades do mundo todo devido ao perigo que ela representa.
No nosso Brasil, a multa é de R$ 85 e quatro pontos na carteira de habilitação conforme descritas no Código de Transito Brasileiro (CTB), classificado como infração média o ato de dirigir com uma só mão ou falando ao celular. Os fones de ouvido e viva-voz também são proibidos, embora este último seja difícil de ser detectado.
O tempo de resposta a algum evento na pista de rolamento é muito mais lento quando o indivíduo está falando ao telefone. Não presta atenção no que ocorre ao seu redor, não olha para o retrovisor, erra a trajetória da via, ultrapassa ou reduz drasticamente a velocidade compatível com o tráfego daquele local provocando aborrecimento aos outros e também não presta a devida atenção às sinalizações existentes.
A combinação de todos os desvios citados anteriormente acaba em um acidente de grandes proporções.
Volto a falar na atitude e comportamento dos motoristas. Só com a mudança de atitude combinada com leis mais severas mudará o quadro que se instalou no mundo todo com relação ao uso do aparelho de comunicação móvel.
Para que ocorra uma mudança de comportamento, é necessária maior fiscalização e leis mais rigorosas aliadas com educação contínua para o trânsito, principalmente nos grandes centros para haja mudança de hábito coletivo (social).
No âmbito individual é mais lento e é preciso uma educação mais direta, pois se trata de uma mudança cultural para que essa ansiedade de estar antenado com os acontecimentos em tempo real não se sobreponha à sua segurança e a de terceiros.
Você é o grande diferencial para a mudança de hábito. Reflita e reveja como é a sua atitude perante determinadas situações do dia a dia no trânsito.
Agradeço ao meu amigo de infância Sérgio Roberto Canova Cardoso, Advogado atuando em Bauru-SP pela sugestão do tema e assíduo leitor das minhas colunas.
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