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Jornal A Gazeta do Acre

ACIDENTES RODOVIÁRIOS

Com a frota de automóveis, caminhões, carretas e ônibus em franco crescimento em nosso país, a todo momento se tem notícias a respeito de acidentes rodoviários de grandes proporções e, na maioria deles, com vítimas fatais.

O Brasil possui uma vasta rede fluvial, orla marítima favorável ao transporte e, ao mesmo tempo, é desprovida de rede ferroviária para escoamento de matéria prima e de toda sua produção.

O Presidente Washington Luis que governou o Brasil entre 1.926 e 1.930 declarou que, “governar é abrir estradas” (citado no artigo “Condições Precárias das BR’s de 01/12/2012”.). Desde então, assistimos o país enveredado para um sistema rodoviário intenso gerando alto custo e propiciando o crescente índice de acidentes e da criminalidade através de assaltos, roubos e sequestros seguidos de mortes.

Nesse ano de 2012, foi aferida uma frota de aproximadamente 3,5 milhões de caminhões e carretas das quais 83% dos motoristas são autônomos, 1,6% tem algum tipo de vínculo empregatício e 1% fazem parte de algum tipo de cooperativa. Pela pesquisa feita, chegou-se a um denominador comum onde os autônomos são os mais desamparados no que tange a assistência à saúde, qualidade de vida e algum suporte para o desempenho da função e que a idade média da frota dos caminhões e carretas é de 21,5 anos da data de sua fabricação.

Cerca de 30% dos acidentes em rodovias federais envolvem caminhões, carretas e ônibus com grande prejuízo material, humano com a consequente perda de vidas, sequelados e incapacitados crescendo, assim, os problemas sociais e, o que é mais grave, sem amparo e solução por parte do poder público seja ela federal, estadual ou municipal. Desses 30% de acidentes envolvendo veículos pesados, 93% são causados por falha humana tendo como principais fatores as jornadas longa, álcool/drogas, sono, fadiga, velocidade acima do permitido, desobediência à sinalização, déficit de atenção, falta de atenção e falta de concentração.

É constatado ainda, que nos acidentes que envolvem caminhões ou carretas a probabilidade da ocorrência de óbito é sete vezes maior que em outro tipo de acidente e com aqueles que envolvem ônibus esse número salta para doze vezes. Isso significa que nesse tipo de acidente existe um profissional do volante envolvido, e que nesse tipo de acidente, 60% correspondem à fadiga e o sono e que 66% desses profissionais estavam cumprindo jornadas de trabalho acima de oito horas.

O custo material, pela ótica da pesquisa, não é relevante, mas o custo com vidas, sequelados, desestrutura familiar, problemas sociais gerados por um instante que é o momento do acidente é um dano irreparável com consequências de longo prazo.

Olhando pelo lado profissional, o ato de dirigir não é simples, inócuo, prazeroso e inofensivo como todos imaginam. É complexo dependendo de atos de múltiplas funções como função cognitiva, motora e de percepção.    A função cognitiva são as estruturas básicas que servem como suporte para todas as operações mentais, são as que compõem a base da atividade intelectual que percebe, elabora e expressa informações. (números: Instituto Trânsito Brasil – ITB)

“A origem está nas conexões cerebrais. Esta função cognitiva constitui a estrutura do pensamento que vai se adaptando e acomodando nos diferentes modos de interação com o ambiente. Identificado tais agentes causais temos que ter ações de órgãos diretores do transporte para sanarmos os danos físicos e materiais que a todo o momento são estampados nos nossos periódicos” (Dirceu Rodrigues Alves Júnior, Médico, Diretor de Comunicação e do Departamento de Medicina Ocupacional da ABRAMET – Associação Brasileira de Medicina de Tráfego).

Pelo exposto acima, significa que o governo federal está no caminho certo ao sancionar a lei que obriga o descanso dos motoristas. Falta fazer com que os postos de combustíveis façam a adequação para acomoda-los ou alguma alternativa, já que existe espaço de sobra dentro das faixas de domínio, sem esquecer que a segurança e higiene deverão estar em primeiro plano.

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